A notícia de que Cristina Kirchner ficaria afastada da Presidência por 30 dias devido a um hematoma no cérebro pegou a Argentina de surpresa. Faltando pouco menos de um mês para as eleições, em 27 de outubro, o silêncio e a falta de transparência do governo abriram espaço para especulações. De acordo com o jornal espanhol "El País", a Casa Rosada teria escondido a queda que provocou o problema da mandatária por dois meses.
A informação, divulgada após o afastamento, é a de que Cristina teria sofrido uma pancada na cabeça no dia 12 de agosto, um dia após as eleições primárias. Na ocasião, o partido de Kirchner amargou seu pior resultado em uma década, perdendo a disputa em Buenos Aires, maior distrito eleitoral do país.
A Casa Rosada também não revelou a realização de uma tomografia após o trauma, que não teria detectado nada de anormal com a presidente. Seguindo a postura de omitir detalhes da saúde de Cristina, o governo só relatou a internação da mandatária nove horas após sua entrada na Fundação Favaloro, em Buenos Aires. Kirchner sofria de arritmia cardíaca e fortes dores de cabeça. Relatório divulgado pelo governo falava em exames de rotina, segundo o "El País".
Os detalhes sobre a queda de Cristina ainda não foram esclarecidos. De acordo com o boletim médico divulgado no último sábado, a presidente foi diagnosticada com hematoma subdural crônico, uma acumulação de sangue nos espaços meníngeos do cérebro.