O ministro do Interior paraguaio, Francisco de Vargas, confirmou nesta quinta-feira (29) a morte de um casal alemão que havia sido sequestrado ontem pela guerrilha Exército do Povo Paraguaio (EPP) durante um confronto ocorrido horas depois entre os sequestradores e as forças governamentais.
O representante da pasta declarou em entrevista coletiva que Robert Natto e Érika Reiser morreram por volta de meia-noite, depois que os sequestradores trocaram tiros com um grupo de membros da Força-Tarefa Conjunta (FTC).
Francisco de Vargas explicou que as investigações ainda estão em andamento, por isso não confirmou se o casal foi assassinado pelos guerrilheiros para evitar o assédio da FTC e facilitar a fuga, como relatou a imprensa local.
No entanto, indicou que as vítimas, que foram transferidas durante a madrugada para a cidade de Concepción para a realização da autópsia, apresentavam ferimentos de tiros nas costas provavelmente realizados a curta distância.
Segundo ele, os corpos foram encontrados em uma área florestal próxima ao distrito de Azotey, no departamento de Concepción, a cerca de dois quilômetros do sítio onde foram sequestrados e que é propriedade do casal.
Segundo a imprensa local, Robert Natto, de 60 anos, e Érika Reiser, de 53, teriam chegado ao Paraguai há 30 anos para trabalhar no setor da pecuária.
O ministro mencionou que entre os sequestradores, que conseguiram fugir, estaria Antonio Bernal Maíz, um dos líderes do EPP e irmão de Bernardo Bernal Maíz, morto no ano passado durante um confronto com a FTC.
O casal foi sequestrado na tarde da quarta-feira (28), dentro do sítio onde criavam gado, quando andavam em uma caminhonete junto a outras quatro pessoas que depois foram liberadas, segundo confirmou o ministro.
Os liberados eram o administrador do sítio, dois menores e um técnico de vacinação de gado, que foram localizados por um grupo da FTC e posteriormente identificaram Bernal Maíz, Rubén Dario López e a Esteban López como alguns dos sequestradores. A esposa do administrador foi quem denunciou o desaparecimento do grupo.
Há seis meses, o EPP sequestrou o policial Edelio Morínigo e libertou no último Natal o jovem brasileiro Arlan Fick, que ficou nove meses em poder dos guerrilheiros.