Os principais jornais ingleses informam em suas edições de sábado que nenhum oficial da polícia metropolitana britânica será processado criminalmente pela morte de Jean Charles de Menezes. A decisão deve gerar protestos da família do eletricista brasileiro, que esperava a punição dos culpados.

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Os jornais "The Times", "The Guardian" e "The Independent" informam hoje que os policiais da Scotland Yard envolvidos na morte do brasileiro não serão levados aos tribunais. Jean Charles tinha 27 anos quando foi morto, em 22 de julho do ano passado, ao ser confundido com um terrorista, após atentados ao sistema de transportes de Londres duas semanas antes. Se for considerada culpada, a polícia metropolitana poderá ser condenada apenas a pagar uma pesada multa, o que não traria conseqüências para seus integrantes.

Segundo os jornais, a corporação falhou em seu dever de proteger a vida de Jean Charles e terá que responder às leis de Segurança e Saúde, aprovada em 1974.

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Os jornais revelam ainda que o Ministério Público britânico deverá anunciar depois de amanhã sua decisão sobre os policiais diretamente envolvidos na morte do brasileiro: o oficial no comando da operação e os dois que dispararam contra o jovem.

A família de Jean Charles poderá ainda pressionar por uma revisão judicial, caso ninguém seja acusado, revela o "Independent".

- A família deseja realmente que sejam feitas acusações de homicídio culposo ou assassinato - disse Yasmin Khan, porta-voz do grupo Justiça Para Jean, que busca esclarecer a morte do brasileiro.

Ela acrescentou que acusações com base nas leis de Saúde e Segurança seriam vistas como "um insulto" por parentes e que um processo civil estava sendo considerado.

A Comissão Independente de Queixas sobre a Polícia realizou duas investigações sobre a morte do brasileiro. A primeira, na qual o Ministério Público deverá basear sua decisão, diz respeito aos acontecimentos que levaram à morte do brasileiro. Já a segunda se $nas declarações do chefe da polícia metropolitana, Ian Blair, após o episódio.

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Dias atrás o "Independent" já levantara a possibilidade de nenhum policial ser acusado. Segundo fontes do CPS, as acusações formais contra membros da Scotland Yard seriam recebidas com indignação na corporação, o que poderia gerar uma crise nos serviços de segurança britânicos. Já uma condenação apenas da instituição e o pagamento de multa, mesmo pesada, teria efeitos menos nocivos para futuras operações no país contra terroristas.