A denúncia formal da Argentina contra o Reino Unido pela militarização no Atlântico Sul será apresentada hoje pelo chanceler Héctor Timerman, durante reunião com o presidente do Conselho de Segurança da Organização das Nações Unidas (ONU), embaixador Kodjo Menan, segundo nota do ministério de Relações Exteriores da Argentina.
O comunicado diz ainda que o chanceler vai informar pessoalmente ao presidente da Assembleia Geral da ONU, embaixador Nassir Abdulaziz Al-Nasser, e ao secretário-geral do organismo, Ban Ki-moon, "sobre a violação do Reino Unido das cerca de 40 resoluções das Nações Unidas que convocam ao diálogo entre o país (Reino Unido) e a Argentina para resolver pacificamente o conflito, iniciado em 1833 com a invasão militar das Ilhas Malvinas".
Em viagem à Suécia, ontem, o primeiro-ministro britânico, David Cameron, disse que o Reino Unido "defenderá adequadamente" as Ilhas Falkland/Malvinas. Cameron afirmou que enquanto os kelpers (habitantes do arquipélago) quiserem manter o status de conexão com o Reino Unido, o país vai garantir esse direito. Ele recordou que, no estatuto da ONU, está previsto o respeito à autodeterminação dos povos sob sua soberania.
"A Argentina vai descobrir, quando for à ONU, que é uma parte absolutamente fundamental da carta da ONU o apoio à autonomia e o povo das ilhas Falkland quer manter seu status e quer manter sua conexão com o Reino Unido", disse Cameron em declarações à agência de notícias Dow Jones.
O tom da disputa entre a Argentina e o Reino Unido vem subindo à medida que se aproxima a data de aniversário dos 30 anos da Guerra das Malvinas, em 2 de abril. Em 1982, a Argentina e o Reino Unido travaram uma guerra pela posse das Malvinas, que começou depois da ocupação por militares argentinos e chegou ao fim dois meses depois, em 14 de junho, com a rendição argentina.
A presidente argentina Cristina Kirchner justificou o novo protesto contra a Grã Bretanha como consequência do envio do moderno navio de guerra inglês "HMS Dauntless" às ilhas e do treinamento militar do príncipe William no arquipélago.
Há quase 30 anos, em 1982, a Argentina e o Reino Unido travaram uma guerra pela posse das Malvinas, que começou depois da ocupação por militares argentinos e chegou ao fim dois meses depois, em 14 de junho, com a rendição argentina.