Pesquisadores da Coreia do Sul sugerem que os casos de "reinfecção" por coronavírus, detectados no país no mês passado, podem ser resultados falsos positivos de testes conduzidos nos pacientes já recuperados da Covid-19. Segundo a agência de notícias Reuters, na semana passada um painel de especialistas convocados pelo governo sul-coreano concluiu que esta é a explicação mais razoável para os mais de 100 casos de "reinfecção" ou "reativação" do vírus registrados no país.
A Coreia do Sul usa um processo bastante confiável para verificar a presença do coronavírus no organismo, os chamados testes PCR. Porém, especialistas alertam que o teste pode detectar partículas "mortas" do vírus que ficaram no corpo, mas que não são mais uma ameaça ao paciente e nem às pessoas ao redor. Segundo o Centro de Controle de Doenças da Coreia do Sul, as autoridades ainda estão reunindo evidências para apoiar essa teoria.
Nesta quarta-feira a Organização Mundial da Saúde (OMS) disse à agência de notícias AFP nesta quarta-feira (6) que os pacientes que testaram positivo para o coronavírus mesmo após já estarem recuperados da doença provavelmente não foram reinfectados. Corroborando com as explicações dos pesquisadores sul-coreanos, um porta-voz da OMS disse que os pacientes recuperados, em alguns casos, ainda expelem células pulmonares mortas.
"Pelo que sabemos atualmente - e isso é baseado em dados muito recentes - parece que esses pacientes estão expelindo os restos de materiais de seus pulmões, como parte da fase de recuperação".
Porém, como a própria OMS alertou anteriormente, os especialistas ainda não sabem se o corpo acumula imunidade suficiente para impedir um novo ataque do vírus ou quanto tempo essa imunidade duraria. "Precisamos da coleta sistemática de amostras de pacientes recuperados para entender melhor por quanto tempo eles perdem o vírus vivo", disse o porta-voz.
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