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Casos envolvendo terrorismo nos EUA atingiram 29 estados durante gestão Biden
O presidente dos Estados Unidos, Joe Biden| Foto: EFE/EPA/Jim Lo Scalzo

Desde que o presidente Joe Biden, do Partido Democrata, assumiu o comando dos Estados Unidos em 20 de janeiro de 2021, os casos de extremismo islâmico doméstico se espalharam por pelo menos 29 estados do país. Entre abril de 2021 e setembro de 2024, mais de 50 incidentes relacionados a atividades extremistas e terroristas foram registrados, destacando uma ameaça crescente e persistente à segurança nacional americana.

Essa conclusão faz parte de um levantamento feito pelo Comitê de Segurança Interna da Câmara dos Deputados dos EUA, que publicou um relatório detalhado no início deste mês onde mostra o aumento das ameaças terroristas tanto de redes extremistas estrangeiras quanto de “jihadistas” domésticos que atuam em solo americano. As cifras chamam a atenção para o crescimento do extremismo violento, inspirado por organizações terroristas como o Estado Islâmico (EI), Hezbollah e Al-Qaeda.

De acordo com o relatório, a retirada caótica das tropas americanas do Afeganistão, ordenada por Biden em agosto de 2021, pode ter exacerbado a situação. A operação malsucedida, que encerrou duas décadas de presença militar americana no país, culminou em um ataque terrorista no aeroporto de Cabul, reivindicado pelo Estado Islâmico do Khorasan, ou ISIS-K (uma ramificação do Estado Islâmico). O atentado deixou 13 militares americanos e mais de 170 civis afegãos mortos, reforçando os alertas sobre o retorno de ameaças globais provenientes de grupos terroristas. Além disso, os ataques terroristas perpetrados pelo Hamas contra Israel em 7 de outubro de 2023, que causaram a morte de cerca de 1,2 mil pessoas, também serviram como um alerta global sobre o aumento da violência do extremismo islâmico.

Os casos de extremismo islâmico doméstico nos EUA identificados no relatório variam desde tentativas de ataques terroristas até o fornecimento de apoio material para organizações terroristas. A maior concentração desses incidentes está nos estados da Califórnia, Nova York e Virgínia, mas o fenômeno se espalhou de costa a costa, afetando comunidades em diversos locais. Entre as ações documentadas, destacam-se conspiradores que planejavam ataques em solo americano ou tentavam recrutar e financiar grupos como o Estado Islâmico.

Esses extremistas, frequentemente considerados "lobos solitários", muitas vezes utilizam a internet como principal meio de radicalização e recrutamento, o que dificulta o rastreamento pelas autoridades. Alguns desses indivíduos também tentam usar fraudes financeiras para levantar fundos em nome de organizações terroristas e extremistas.

Entre os casos destacados no relatório figura o de Asif Merchant, um cidadão paquistanês que, segundo as autoridades americanas, possuía ligações próximas com o Irã. Merchant foi preso nos EUA no último mês de setembro sob acusação de conspirar para assassinar um político local que não teve seu nome divulgado.

“Merchant orquestrou um plano para assassinar políticos e oficiais do governo dos EUA,” disse o promotor do Distrito Leste de Nova York, Breon Peace.

Outro caso mencionado foi o de Muhammad Shahzeb Khan, outro paquistanês que foi preso no Canadá em setembro, após as autoridades americanas descobrirem que ele estava orquestrando um plano de ataque terrorista em Nova York em apoio ao Estado Islâmico.

O relatório também citou o caso de Benjamin Carpenter, um cidadão do Tennessee que em julho foi condenando a 20 anos de prisão por fornecer material de apoio ao Estado Islâmico e promover atos de violência contra soldados americanos na internet, bem como espalhar propaganda terrorista.

No estado de Kentucky, um homem de nacionalidade turca também foi condenado por fornecer material de apoio ao Estado Islâmico e receber treinamento militar da organização terrorista. Em Nova Jersey, o relatório cita o caso de um americano que foi sentenciado por treinar com o Hezbollah e participar de atividades fraudulentas. Em Nova York, alguns cidadãos da comunidade muçulmana foram processados por conspirações terroristas e por apoio logístico ao Estado Islâmico, incluindo o uso de criptomoedas para financiar atividades terroristas.

Em Las Vegas (Nevada), em novembro de 2023, um adolescente de 16 anos, Joshua Robles, foi preso sob a acusação de planejar um ataque terrorista em apoio ao Estado Islâmico. Segundo informações do relatório, o jovem possuía componentes e instruções para fabricar um dispositivo explosivo.

Em Nova York, o relatório citou o caso de Ruslan Maratovich Asainov, um cidadão americano que foi condenado à prisão perpétua por também fornecer material de apoio ao Estado Islâmico. Segundo as informações, Asainov não apenas forneceu apoio material, mas também ajudou a recrutar e treinar novos membros para o grupo terrorista.

Em Ohio, um jovem de 22 anos, Cole Bridges, foi preso por tentar ajudar o Estado Islâmico a realizar um ataque terrorista contra tropas americanas no Oriente Médio. No Texas, Kaan Sercan Damlarkaya, nascido no estado, foi condenado a 13 anos de prisão por planejar um ataque terrorista em solo americano, caso não conseguisse se juntar ao Estado Islâmico no exterior.

Um número significativo de condenações por terrorismo ocorreu também em estados como Michigan, Minnesota e Nova Jersey, reforçando a preocupação com a presença de células terroristas em várias partes do país.

A relação entre terroristas estrangeiros e domésticos tem sido motivo de preocupação crescente para as agências de segurança americanas. O relatório do Comitê de Segurança Interna da Câmara dos EUA detalha ainda a preocupação com a entrada descontrolada de imigrantes no país.

De acordo com o documento, as fragilidades das políticas de imigração do governo Biden estão sendo exploradas por redes criminosas que possuem parceria com o Estado Islâmico. O relatório cita que o Departamento de Segurança Interna dos EUA (DHS) identificou mais de 400 indivíduos que entraram no país ilegalmente possuindo conexões com células terroristas. Em um caso recente, oito cidadãos do Tajiquistão foram detidos em Nova York, Filadélfia e Los Angeles, acusados de serem parte de uma rede criminosa ligada ao Estado Islâmico.

Crescimento das ameaças internacionais

As ameaças terroristas não estão limitadas aos Estados Unidos. Na Europa, por exemplo, o relatório cita que as forças de segurança continuam a lidar com dezenas de casos relacionados ao Estado Islâmico e outros grupos terroristas. Desde 2023, pelo menos 158 prisões, conspirações terroristas ou ataques diretos ligados ao Estado Islâmico foram registrados em países como França, Alemanha e Reino Unido.

Essa realidade demonstra que, embora os grupos terroristas como o Estado Islâmico tenham perdido territórios físicos no Oriente Médio, sua capacidade de inspirar ataques e angariar seguidores no Ocidente permanece robusta. O uso de redes sociais, aplicativos criptografados e outras tecnologias tem permitido que esses grupos continuem a expandir sua influência global, fomentando uma nova geração de extremistas dispostos a agir tanto localmente quanto internacionalmente.

O presidente do Comitê de Segurança Interna da Câmara, Mark Green, do Partido Republicano, disse que o atual panorama de ameaças terroristas está “piscando em vermelho” novamente nos EUA, assim como foi observado antes dos atentados de 11 de setembro de 2001. Segundo o Daily Signal, Green criticou o governo Biden por sua “liderança fraca” no mundo e pelo fracasso em admitir as falhas de suas políticas que contribuíram para esse cenário crescente de ameaça.

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