O reflexo no curtíssimo prazo na economia brasileira do terremoto que atingiu o Japão deve recair sobre a exportação de minério, insumo básico para siderurgia. Segundo maior produtor de aço do mundo e com problemas no fornecimento de energia e na infraestrutura, a fabricação de aço no país deve ficar comprometida, prevê o vice-presidente da Associação de Comércio Exterior do Brasil (AEB), José Augusto de Castro.
"Nas próximas semanas, poderemos assistir ao adiamento ou cancelamento dos embarques brasileiros", diz Castro, ponderando que ainda é cedo para quantificar os impactos do terremoto do Japão. De toda forma, ele ressalta que, como os preços do minério de ferro são reajustados trimestralmente, alguma redução na cotação em razão da demanda japonesa momentaneamente mais fraca pode ocorrer no terceiro trimestre do ano, uma vez que hoje o preço da commodity está dado.
Das exportações totais brasileiras de US$ 7,140 bilhões feitas para o Japão no ano passado, o minério de ferro respondeu por 45 8%, ou US$ 3,271 bilhões, segundo dados do Ministério do Desenvolvimento, Indústria e Comércio Exterior. Depois do minério, a carne de frango é o segundo maior item em termos de receita. No ano passado, o País exportou para o Japão US$ 906 milhões de carne de frango ou 12,6% da receita total.
No caso do frango, por ser um alimento básico, Castro acredita que as exportações brasileiras para o país não serão afetadas negativamente. Ao contrário, podem até crescer. Essa também é a avaliação do presidente da União Brasileira de Avicultura (Ubabef), Francisco Turra. "Em ocasiões como essa, a alimentação é prioridade", ressalta. Depois da Arábia Saudita, o Japão é o país que mais compra frango brasileiro no mundo e paga muito bem pelo produto, porque importa cortes específicos e de maior valor unitário.
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