Lisboa (AFP) O ex-primeiro-ministro de centro-direita Aníbal Cavaco Silva prestou juramento ontem como presidente de Portugal, em uma cerimônia parlamentar que reuniu 900 convidados portugueses e estrangeiros em Lisboa. O novo chefe de Estado anunciou que pretende iniciar uma "cooperação estratégica" com os diferentes "órgãos de soberania", principalmente com o governo socialista com o qual deverá trabalhar. Em seu discurso de posse, Cavaco Silva afirmou que será "o presidente de todos os portugueses", e que os cidadãos "desejam ver uma classe política disposta a se unir para superar as diferenças e trabalhar conjuntamente". "A estabilidade é essencial para o bom funcionamento das instituições e o desenvolvimento do país", afirmou o novo presidente, que segundo a Constituição tem poderes executivos limitados. Ele citou os cinco "desafios que exigem uma resposta urgente", entre eles o "crescimento econômico, a luta contra o desemprego e a competitividade". Cavaco Silva também insistiu na necessidade de reduzir o atraso de Portugal "em matéria de qualificação dos recursos humanos", mediante a formação e o ensino. A viabilidade a longo prazo do sistema de seguro social e o fortalecimento da "credibilidade da classe política" e do sistema judicial também estão entre os desafios de sua presidência, citou Cavaco Silva. Pouco eloqüente no que se refere à política internacional, o novo presidente alertou para o risco de que os cidadãos deixem de se reconhecer no "projeto europeu", que classificou de "extraordinário", e também lembrou a importância dos "vínculos transatlânticos". Premier entre 1985 e 1995, Cavaco Silva, de 66 anos, foi eleito em 22 de janeiro, com 50,54% dos votos. Ele é o quarto chefe de Estado escolhido democraticamente desde a queda da ditadura salazarista, em 25 de abril de 1974, e o primeiro político de centro-direita a assumir a chefia de Estado desde aquela data.
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