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| Foto: FRANCK FIFE/AFP

Ao proibir a entrada nos Estados Unidos de cidadãos de diversos países de maioria islâmica, o presidente norte-americano Donald Trump atingiu um dos maiores nomes do esporte na atualidade: o britânico Mo Farah. Dono de quatro medalhas de ouro olímpicas e dois recordes mundiais, ele nasceu na Somália, um dos países da lista de restrições de Trump.

O caso é simbólico porque Mo Farah mora há seis anos nos Estados Unidos, em Portland, onde tem sua base de treinamento. Ele está na Etiópia, fazendo treino em altitude e, pelo que determinou Trump com seu decreto, seria proibido de voltar para casa. Não poderá rever a esposa e os quatro filhos.

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Mo Farah não é uma pessoa qualquer, não para a coroa britânica. No começo do ano, ele foi agraciado pela rainha Elizabeth II com o título de Sir, mais alta honraria da coroa. “Em 1º de janeiro, sua majestade a rainha me fez um cavaleiro do reino. Em 27 de janeiro, Donald Trump parece ter me tornado um alien”, comentou Mo Farah ao jornal britânico The Guardian.

“Sou um cidadão britânico que vive na América há seis anos. Trabalho muito, contribuo para a sociedade, pago os meus impostos e educo quatro crianças num lugar que chamo de casa. Agora, dizem-me para mim e para muitos outros como eu que não somos bem-vindos. É profundamente preocupante ter de dizer as meus filhos que o papai pode não conseguir voltar para casa e explicar como o presidente implementou uma política que vem da ignorância e do preconceito”, completou Mo Farah, ao mesmo jornal.

A medida de Trump impede a entrara nos Estados Unidos, por 90 dias, de pessoas nascidas no Iraque, Síria, Irã, Líbia, Somália, Sudão e Iêmen, mesmo que com passaportes de outras nacionalidades ou que tenham recebido visto para ter residência nos Estados Unidos. Entre outras personalidades afetadas está o iraniano Asghar Farhadi, que dirigiu “O Vendedor” e foi indicado ao Oscar de melhor filme estrangeiro. Ele não poderá estar em Hollywood para a premiação da Academia.

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