O presidente colombiano Gustavo Petro criticou Israel e os países ocidentais durante a cúpula da Celac.| Foto: Bienvenido Velasco/EFE
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A Comunidade de Estados Latino-Americanos e Caribenhos (Celac) não chegou a uma declaração unânime na sexta-feira sobre o conflito na Faixa de Gaza, embora durante o desenvolvimento da 8.ª Cúpula os discursos dos líderes presentes tenham sido muito duros contra a ofensiva israelense.

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Um total de 24 países, dos 33 que compõem a Celac, assinaram um comunicado no qual apoiam a resolução da ONU para um cessar-fogo humanitário imediato na Faixa de Gaza e os casos levados à Corte Internacional de Justiça (CIJ) para determinar se as ações de Israel violam o direito internacional e constituem genocídio. Entre os signatários estão Brasil, Colômbia, Cuba, Venezuela, México, Honduras e Nicarágua, entre outros países latino-americanos com governos de esquerda, assim como quase todos os países do Caribe. O principal destaque foi a ausência da Argentina.

O presidente da Colômbia, Gustavo Petro, acusou os países do Ocidente de serem cúmplices de “genocídio” durante a conferência. “Estamos sendo ensinados sobre democracia por aqueles que são cúmplices de um genocídio”, afirmou o colombiano, crítico da ofensiva israelense na Faixa de Gaza, onde já morreram mais de 30 mil pessoas, a maioria civis, segundo dados do Ministério da Saúde de Gaza, ligado ao grupo terrorista palestino Hamas.

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“Essa não é a antiga dinâmica do conflito israelense-palestino. Isso está nos matando como humanidade”, disse Petro, ao denunciar a existência de atores políticos que, de forma “profundamente violenta”, tentam preservar um status quo que os beneficia. “É por isso que a Alemanha apoia o genocídio, e a França, e a União Europeia, e o Reino Unido. E, acima de tudo, os Estados Unidos da América, em sua versão democrata, apoiam o lançamento de bombas sobre as pessoas”, criticou Petro, durante seu discurso no colóquio “A América Latina e o Caribe como zona de paz”.

Petro acusou os principais países ocidentais de inação diante desse massacre, em contraste com a posição que adotaram em outras crises, nas quais agiram rapidamente. Para ele, a comunidade internacional está aplicando “dois pesos e duas medidas” na Faixa de Gaza, onde somente na quinta-feira 100 pessoas morreram e outras 700 ficaram feridas enquanto esperavam para receber ajuda humanitária em um comboio de cerca de 30 caminhões, em um episódio marcado por trocas de acusações de ambos os lados – palestinos afirmam que as Forças de Defesa de Israel abriram fogo contra a multidão, enquanto as FDI alegam que apenas dispararam tiros de advertência diante da confusão formada, e que os mortos foram pisoteados ou atropelados pelos caminhões em meio ao tumulto.

Infográficos Gazeta do Povo[Clique para ampliar]