Imagens de extremistas judeus celebrando a morte de um bebê palestino queimado vivo ao lado dos pais na Cisjordânia em julho provocaram uma comoção em Israel, com a retomada do debate sobre a violência praticada por judeus.
As imagens, filmadas há 10 dias durante um casamento, mostram um grupo de jovens judeus ortodoxos dançando com armas de fogo e um coquetel molotov, que passa de mão em mão, ao mesmo tempo que destroem uma fotografia do bebê Ali Dawabsheh.
O bebê de 18 meses foi queimado vivo ao lado dos pais no fim de julho na casa da família em Duma, na Cisjordânia ocupada.
O vídeo, exibido na quarta-feira (23) pelo canal 10 israelense, também foi divulgado nos sites de notícias e nas redes sociais.
As autoridades israelenses anunciaram uma investigação.
“As imagens impactantes mostram a verdadeira face de um grupo que constitui um perigo para a sociedade e a segurança de Israel”, afirmou o primeiro-ministro israelense, Benjamin Netanyahu, em um comunicado. “Estas imagens ressaltam a importância para nossa segurança de que o Shin Beth [serviço de segurança interna] seja forte”, completa a nota, em referência aos recentes protestos de um setor radical da direita israelense pelos métodos utilizados pelo Shin Beth contra judeus suspeitos do incêndio de Duma.
Este caso foi o estopim da atual onda de confrontos em Israel e nos territórios Palestinos.
Vários jovens suspeitos de pertencer a uma organização terrorista judaica e de participação em atentados foram detidos, segundo o Shin Beth.
De acordo com a imprensa israelense, a noiva do casamento era uma conhecida militante de extrema-direita israelense que já havia sido interrogada como suspeita em ações de “terrorismo judeu”. Vários convidados eram amigos ou conhecidos de suspeitos detidos como parte da investigação.
Vários líderes nacionalistas que pertencem à elite dos colonos denunciaram as imagens.
A ministra da Educação e líder do partido nacionalista religioso Lar Judeu, Naftali Bennett, partidária da colonização, afirmou em um vídeo publicado em sua página do Facebook que se tratavam de “terroristas cujo objetivo é desmantelar o Estado de Israel”.
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