O ministro Celso Amorim: sem risco de abalar relações com os EUA| Foto: Renato Araujo/ABR

O chanceler brasileiro, Celso Amorim, rebateu duramente ontem, em entrevista coletiva no 3.º Fórum da Aliança de Civi­­li­­zações, no Rio, as críticas da secretária de Estado dos EUA, Hil­­lary Clinton, ao acordo entre Brasil, Turquia e Irã sobre o programa nuclear do último.

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Ao responder a uma pergunta específica sobre a declaração de Hillary, que disse ontem ter "discordâncias muito sérias’’ com o governo brasileiro na questão e que dar mais tempo ao Irã "torna o mundo mais perigoso’’, ele afirmou:

"Tem muita gente decepcionada porque isso [um acordo pelo diálogo] produziu resultados, porque a expectativa deles era de que não se produzisse para continuar na mesma linha.’’

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Amorim ressaltou que Brasil e Turquia, não são irresponsáveis, afirmando que os termos do trato foram debatidos previamente com várias nações, inclusive os Estados Unidos.

"Seguimos o script que, de alguma maneira, nos foi oferecido, e agora ouvimos um "ok, isto não importa’ (...). Eles podem fazer isso, são membros permanentes do Conselho de Segurança e têm poder nuclear. Nós não podemos, pois temos apenas o poder moral’’, afirmou.

Ao seu lado, o ministro de Negócios Estrangeiros da Tur­­quia, Ahmet Davutoglu, também defendeu o acordo, mas em tom mais ameno.

Sobre a possibilidade deste desentendimento abalar as relações diplomáticas entre Brasil e EUA, Amorim disse não crer na hipótese – seria uma "reação infantil’’.

Ao responder sobre como ficaria o pleito do Brasil de assumir um assento permanente no Conselho de Segurança após o episódio, Amorim afirmou que o país seguiu sua consciência e que, "se for para ser membro do conselho e ter uma posição subserviência’’, é melhor não fazer parte.

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