A célula terrorista desmantelada pela polícia da Bélgica esta semana em uma operação em diversos pontos do país era coordenada desde a Grécia por um ex-combatente jihadista que havia retornado da Síria, informou neste sábado a imprensa local.
Um antigo combatente que retornou de luta junto aos jihadistas no conflito sírio e que se instalou na Grécia é o responsável por dirigir as atividades da célula terrorista que foi desmantelada na quinta-feira quando finalizava os planos de um ataque contra as forças de segurança belgas.
Segundo a agência belga e o jornal "Le Soir", o homem manteve contatos telefônicos com o irmão - preso - de um dos dois terroristas que morreram em Verviers, no leste da Bélgica, após trocar disparos com a polícia na operação antiterrorista.
Segundo o jornal "La Dernière Heure", se trata do bruxelense de origem marroquina Abdelhamid Abaaoud, de 27 anos, conhecido como Abu Omar Sussi, que partiu para lutar nas fileiras do grupo terrorista Estado Islâmico na Síria e agora vive na Grécia.
Segundo a emissora flamenga VTM, a polícia estava ciente dos contatos telefônicos entre um interno na prisão de Lantin e um homem que tinha retornado de combates na Síria e estabelecido na Grécia.
O preso também mantinha contatos regulares com seu irmão, abatido em Verviers.
A escuta das conversas telefônicas permitiu à polícia descobrir que a célula jihadista desmantelada pretendia cometer um atentado em território belga, e "identificar quem movimentava os fios do ponto de vista operacional e financeiro".
Os serviços de inteligência belgas pediram intervenção às autoridades, "o que não foi autorizado" segundo a agência de notícias.
A procuradoria federal belga não quis fazer hoje nenhum comentário sobre estas informações.
Ontem, ela informou que apresentou acusações contra cinco dos 13 detidos na operação antiterrorista.
Dessas cinco pessoas, três são acusadas de terem participado de atividades de uma organização terrorista e já tiveram a primeira audiência, confirmou à Agência Efe Eric Van Der Sypt, porta-voz da procuradoria federal.
Dois dos cinco acusados estão liberdade condicional, e outras duas pessoas foram detidas na França quando tentavam chegar à Itália.
Eles fariam parte do grupo de supostos terroristas que estava em Verviers (120 quilômetros ao leste de Bruxelas) e que fugiram após a intervenção das forças de segurança na quinta-feira.
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