Células existentes na parte externa do coração humano podem ser estimuladas para penetrar no interior do órgão e contribuir para sua recuperação após um infarto, segundo uma nova descoberta publicada neste sábado (17) pelo jornal britânico "The Independent".

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Um grupo de cientistas do Instituto de Saúde Infantil de Londres comprovou que as células cardíacas são similares às células-tronco, já que têm a capacidade de se transformar em qualquer tipo de tecido ou estrutura dentro do coração.

As células, chamadas progenitoras, podem ser estimuladas pela proteína timosina-beta 4 para entrarem no coração e formar novos vasos sanguíneos. Isso ajudaria a recuperar o tecido muscular danificado após um infarto, ao permitir o transporte efetivo de oxigênio e de nutrientes, explica o jornal.

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Por enquanto, os especialistas, dirigidos pelo especialista Paul Riley, fizeram experimentos apenas com ratos de laboratório criados com carência da timosina-beta 4 no coração.

Sem a proteína, os corações dos roedores não se desenvolveram normalmente e mostraram indícios de perda prematura de tecido e desenvolvimento pobre dos vasos sanguíneos.

Para comprovar os efeitos terapêuticos da timosina-beta 4 em corações danificados, os cientistas extraíram células da parte externa do coração de vários ratos adultos e as trataram com a proteína.

Eles comprovaram que, com o tratamento, as células adultas tinham tanto potencial quanto as células embrionárias para gerar um novo tecido sadio, afirma o jornal."Isto sugere que a timosina-beta 4 pode ter uso terapêutico", afirmou Riley.

Até agora, os experimentos para sanar um coração danificado eram feitos com células-tronco da medula espinhal transplantadas para o músculo cardíaco para ajudá-lo em seu fortalecimento.

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Os transplantes de células-tronco são considerados um tratamento com potencial de recuperação do coração após um infarto. Mas, como em todos os transplantes, existe o risco de rejeição por parte do paciente.

A vantagem da linha de pesquisa de Riley, financiada pela Fundação Britânica do Coração e o Conselho de Pesquisa Médica, é a demonstração de que no próprio coração existem células com potencial curativo, o que eliminaria a necessidade de um transplante, afirma o "Independent".