Andrés Manuel López Obrador, o candidato de esquerda que ficou em segundo lugar na contestada eleição presidencial mexicana, declarou neste sábado ter sido vítima de uma fraude e chamou seus simpatizantes às ruas para protestar. Cem mil pessoas atenderam ao pedido e protestaram na Praça Zocálo, no centro da capital.

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- Estamos diante de um caso típico de fraude eleitoral - disse o candidato, que segundo os resultados obteve apenas 246 mil votos a menos que Felipe Calderón em uma eleição na qual votaram mais de 41 milhões de mexicanos — o que representa uma diferença de 0,58 ponto percentual.

Obrador afirmou que a vitória do conservador Felipe Calderón, no domingo passado, está repleta de irregularidades.

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- Temos certeza que ganhamos a eleição - declarou ele. - Vou defender a nossa vitória.

Obrador vai questionar o resultado na principal corte eleitoral mexicana, mas Calderón já age como presidente eleito, após uma recontagem ter indicado a sua vitória por menos de um ponto percentual.

O presidente dos Estados Unidos, George W. Bush, e o premiê espanhol, José Zapatero, telefonaram na sexta-feira para Calderón para parabenizá-lo pela vitória.

Obrador afirmou que o partido de Calderón e do presidente mexicano, Vicente Fox, "aprendeu rápido" os truques usados pelo Partido Institucinoal Revolucionário (PRI), que governou o país por 71 anos, até 2000.

Segundo Obrador, "o sistema eletrônico de apuração foi manipulado", e ele teria as provas disso. - O que estava na tela não correspondia sempre à realidade.

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Obrador ainda não produziu evidência concreta da fraude, e uma equipe de observadores da União Européia afirmou não ter havido irregularidades em larga escala.

O candidato tem pregado a não-violência para os seus simpatizantes. Muitos deles se lembram do pleito de 1988, o qual acredita-se ter sido roubado deles pelo PRI.

Obrador afirmou que não irá desistir fácil e que o protesto deste sábado "é só o começo".

O candidato é experiente nesse tipo de resistência. No seu Estado, Tabasco, nos anos 1980 e 1990, ele paralisou instalações de petróleo e serviços públicos para protestar contra fraudes.

A corte eleitoral tem até 31 de agosto para decidir sobre a apelação de Obrador e até 6 de setembro para declarar formalmente um vencedor.

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