O ditador de Cuba, Miguel Díaz-Canel, e seu antecessor Raúl Castro, em janeiro deste ano| Foto: EFE/ Ernesto Mastrascusa
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Em uma reunião especial da Organização dos Estados Americanos (OEA), realizada nesta quarta-feira (23), especialistas em direitos humanos denunciaram a repressão e vigilância exercidas pelo regime comunista de Cuba contra líderes religiosos e fiéis que tentam praticar sua fé livremente na ilha. Segundo os participantes, o regime cubano monitora os locais de culto e ameaça aqueles que exercem sua liberdade de expressão, religião e crença.

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Durante a sessão, foi apresentado o estudo da Comissão Interamericana de Direitos Humanos (CIDH) sobre o direito à liberdade de consciência e crença nas Américas. O embaixador especial dos Estados Unidos para a Liberdade Religiosa Internacional, Rashad Hussain, destacou que, embora o governo cubano permita algumas atividades religiosas relacionadas à assistência humanitária, ele regula rigorosamente todos os aspectos da vida religiosa no país.

“O governo vigia os locais de culto e ameaça os atores religiosos que exercem sua liberdade de expressão, religião e crença”, afirmou Hussain. O diplomata também ressaltou que muitos líderes religiosos cubanos estão recorrendo a prática de autocensura em seus sermões para evitar represálias dos comunistas. Além disso, relatórios indicam que presos políticos com vínculos religiosos estão sendo frequentemente torturados e maltratados fisicamente pelo regime cubano.

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Outro ponto destacado foi a perseguição a praticantes de religiões de matriz africana. Ofunshi Oba Koso, ativista de direitos humanos, denunciou o aumento de casos de estigmatização, discriminação e violência contra esses grupos.

“Embora essas práticas sejam amplamente aceitas como parte da cultura cubana e até exploradas para o turismo, afrodescendentes e membros da população LGBT que praticam essas religiões enfrentam discriminação e tratamento desigual”, afirmou Oba Koso.

Knox Thames, advogado internacional de direitos humanos, alertou que as restrições à liberdade de culto em Cuba são um reflexo direto das limitações gerais aos direitos humanos no país. Segundo ele, pastores e outros líderes religiosos estão diariamente sujeitos a sanções penais.

“A liberdade de expressão também está restrita em Cuba. Pastores que pregam sermões que não são aprovados pelo governo ou que desafiam suas narrativas são penalizados”, explicou Thames. Ele ainda ressaltou que aqueles que defendem suas comunidades religiosas de ataques do regime muitas vezes são presos ou forçados ao exílio, em um tratamento semelhante ao dado aos defensores dos direitos humanos na ilha.

Infográficos Gazeta do Povo[Clique para ampliar]
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