Centenas de colombianos fugiram de combates em suas aldeias para o Equador durante a semana passada, num deslocamento que as agências humanitárias consideram "significativo", disse a Organização das Nações Unidas (ONU) na sexta-feira. Funcionários do Acnur (Alto-Comissariado da ONU para Refugiados) no Equador receberam mais de 700 pessoas que escaparam da província de Nariño, onde as Forças Armadas enfrentam guerrilheiros de esquerda e paramilitares que disputam rotas de tráfico de cocaína.
"Este é o deslocamento mais significativo que tivemos neste ano", disse Marta Juarez, representante do Acnur no Equador, a uma rádio local. "É muito provável que mais continuem chegando nas próximas horas."
A maior parte dos recém-chegados, disse ela, é de mulheres e crianças.
A guerra civil colombiana, que causou mais de 40 mil mortes desde 1990, perdeu intensidade sob o governo de Alvaro Uribe, que recebe forte ajuda militar dos Estados Unidos. Mesmo assim, mais de 3 milhões de pessoas tiveram de fugir dos combates.
"Temos a obrigação de ajudar essa gente", disse o diretor da Coordenação de Defesa do Equador, Fernando Bustamante, a jornalistas. "Mas achamos que a comunidade internacional e a Colômbia têm uma obrigação com o Equador, não podemos arcar com este ônus sozinhos."
Há no Equador mais de 250 mil refugiados, a maioria da Colômbia, o que faz do país o maior receptor de refugiados na América Latina, segundo a ONU. Venezuela e Equador frequentemente se queixam à Colômbia por sofrerem efeitos colaterais do conflito interno, e esquerdistas em ambos os países vizinhos criticam a ajuda norte-americana ao governo Uribe para o combate às guerrilhas e ao narcotráfico.
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