Centenas de judeus ultraortodoxos bloquearam temporariamente a Rodovia 4, perto da cidade de Bnei Brak, nos arredores de Tel Aviv, nesta segunda-feira (1º), antes de serem removidos pela polícia de choque.
O protesto ocorreu no dia em que expirou o prazo de uma ordem da Suprema Corte israelense que permite a isenção militar para os judeus ultraortodoxos, renovada ano após ano se eles estudarem em tempo integral em seminários religiosos (yeshivas). Todos os outros jovens do país são obrigados a cumprir três anos - dois anos para as mulheres - ao atingir a maioridade e correm o risco de ficar meses na prisão se recusarem.
A decisão judicial ordenou que o Ministério da Defesa iniciasse o processo de recrutamento de homens do movimento judaico ultraortodoxo haredi a partir desta semana e congelou muitos dos subsídios públicos de manutenção que esses estudantes recebem, depois que o primeiro-ministro israelense, Benjamin Netanyahu, solicitou, em 28 de março, uma prorrogação de 30 dias, que foi rejeitada pela promotoria.
Os manifestantes carregavam cartazes com os dizeres "à prisão, não para o Exército" e "morreremos em vez de sermos convocados", enquanto um porta-voz da polícia confirmou a prisão de cinco manifestantes "por agressão a oficiais e perturbação da ordem pública".
"Centenas de manifestantes bloquearam a estrada, confrontaram a polícia, deitaram-se com risco de vida, jogaram objetos e atacaram cavalos e cavaleiros, acompanhados de cânticos chamando a polícia de 'nazistas' e 'assassinos'", informou um comunicado oficial.
"A polícia agiu para evacuar os veículos bloqueados e os direcionou para rotas alternativas. A estrada está agora vazia de veículos", publicou posteriormente.
Após a mobilização de 287 mil reservistas para a guerra que já dura quase seis meses na Faixa de Gaza, além de batalhões de soldados posicionados na fronteira norte com o Líbano e na Cisjordânia, muitos israelenses têm pedido a Netanyahu que todos os jovens de Israel cumpram seu "dever militar".
Manifestantes pedem pela 2ª noite saída de Netanyahu
Milhares de israelenses se reuniram pelo segundo dia consecutivo em um evento de quatro dias em Jerusalém para pedir novas eleições, em um país onde parte da população culpa o premiê pela permanência de aproximadamente 130 reféns em Gaza, mantidos sob poder do Hamas desde o ataque de 7 de outubro.
Os manifestantes, espalhados em frente às ruas do Knesset (Parlamento) em Jerusalém, onde também montaram um palco e centenas de tendas, agitaram bandeiras com as cores de Israel e distribuíram adesivos com o slogan "fora" em referência ao governo. "Preferiríamos não ter eleições, mas com esse governo estamos ficando cada vez mais fracos", disse à Agência EFE uma israelense que se juntou ao protesto nesta segunda (1º) em Jerusalém, chegando com sua irmã de um subúrbio de Tel Aviv.
No domingo (31), primeiro dia oficial de protestos e quando mais de 100 mil pessoas começaram a tomar as ruas de Jerusalém para se manifestarem contra Netanyahu, este reiterou que estava fazendo tudo o que estava ao seu alcance para trazer de volta os reféns, sequestrados pelo grupo terrorista há quase seis meses.
"Entendo o desespero e o desejo de fazer todo o possível para trazê-los de volta", declarou Netanyahu em mensagem transmitida pela televisão, na qual afirmou que uma eleição "paralisaria" as negociações e beneficiaria apenas o Hamas.
Neste segundo dia, falaram parentes dos reféns - mais de 30 dos quais estão mortos, mas cujos corpos ainda estão sendo mantidos na Faixa de Gaza -, o ex-vice-chefe do Estado-Maior, general Yair Golan, e ativistas israelenses.
"Uma linha direta conecta o 7 de outubro - dia do ataque múltiplo do Hamas - com os fracassos do governo de Gantz-Netanyahu, sendo o principal deles o abandono dos reféns", declarou Golan, que exigiu o retorno deles "o mais rápido possível".
Em comunicado nesta segunda, várias famílias de reféns lembraram Netanyahu de que "resgatar os sequestrados é sagrado" e pediram que a equipe de negociação "não retornasse (a Israel) sem um acordo".
Desde o início da semana, uma delegação israelense está no Cairo negociando, depois de semanas de impasse, um possível acordo de trégua e a devolução dos cativos, informou à EFE uma fonte do setor de segurança do Egito.
As exigências de ambos os lados parecem insuperáveis, já que o Hamas continua impondo - como tem feito desde o início - um cessar-fogo "abrangente" na Faixa de Gaza como requisito para uma trégua, bem como o retorno das pessoas deslocadas para o norte do território e a retirada das tropas israelenses da região.
Durante semanas, Israel descreveu essas exigências como "ilusórias", embora a imprensa local cite que Tel Aviv pode estar mais flexível desta vez devido à pressão externa. (Com Agência EFE)
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