A Croácia foi eleita pelos refugiados como a nova rota para conseguir chegar à países da Europa Ocidental, como a Alemanha ou as nações escandinavas, depois que a Hungria fechou suas fronteiras aos imigrantes. O governo croata confirmou nesta quarta-feira (16) a entrada de 277 pessoas a partir da Sérvia, ressaltando que eles serão autorizados a atravessar o território e continuar a jornada, disse o primeiro-ministro Zoran Milanovic.
“A Croácia está inteiramente pronta para receber ou direcionar estas pessoas para onde elas quiserem ir, que obviamente é a Alemanha ou países escandinavos”, disse Milanovic ao Parlamento, descartando a a possibilidade de construir uma cerca na fronteira, como fez a Hungria.
“Elas irão conseguir passar pela Croácia e nós vamos ajudar, estamos nos preparando para esta possibilidade”, disse.
O país afirma estar preparado para receber três mil imigrantes em vários centros de acolhida. Para ajudar nas operações, o governo croata enviou seis mil policiais para as fronteiras, número que pode aumentar se o governo considerar necessário. Além disso, foram encaminhados para a região fronteiriça com a Sérvia equipes para desativar minas terrestres que sobraram da guerra entre 1991 e 1995.
Os imigrantes que entram na Croácia chegam pela cidade de Sid, na fronteira com a Sérvia, depois de atravessarem um extenso campo de milho. Segundo a imprensa sérvia, diversos ônibus que pegam refugiados na fronteira com a Macedônia tiveram suas rotas modificadas para evitar a Hungria, que na terça-feira fechou suas fronteiras e deteve centenas de imigrantes.
As prisões ocorreram após uma nova legislação que impõe penas de prisão àqueles que tentam atravessar a fronteira ilegalmente entrar em vigor. Budapeste também anunciou que deve estender em direção à Romênia o muro de arame farpado que marcou sua rejeição aos refugiados em direção ao país.
A rota através da Hungria era até então a principal utilizada pelos imigrantes que chegam ao continente europeu pela Grécia. Com o caminho fechado, milhares permanecem nos Balcãs buscando outros caminhos, possivelmente através da Croácia ou Romênia. Os dois países são membros da União Europeia, mas não fazem parte do sistema de Schengen, que estabelece a livre circulação de pessoas.
Após chegar à Croácia, a polícia conduziu os imigrantes à cidade de Tovarnik, no Nordeste do país, onde serão registrados e passarão por exames médicos, em caso de necessidade. Segundo as autoridades, entre os refugiados estão mulheres e crianças.
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