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Protestos em Taiwan contra o crescente contato dO governo com a China | NICKY LOH/REUTERS
Protestos em Taiwan contra o crescente contato dO governo com a China| Foto: NICKY LOH/REUTERS

Cerca de 500 mil pessoas fizeram uma passeata neste sábado, em Taiwan, para protestar contra o crescente contato de seu governo com a China, onde o escândalo do leite em pó contaminado aumentou ainda mais a desconfiança entre os cidadãos da ilha.

Numa forte demonstração de oposição ao presidente Ma Ying-jeou, manifestantes tomaram conta do centro de Taipei exigindo que Ma recuasse em sua aproximação amigável com oficiais chineses.

A China declara Taiwan como sendo parte de seu território e ameaçou usar a força, se necessário, para colocar a ilha sob seu comando.

"Se o governo continuar a fazer o que está fazendo agora, sentimos que as possibilidades para o futuro de Taiwan se fecharão", disse Tsai Ing-wen, presidente do Partido Democrata Progressista, o principal partido local de oposição.

Os protestos, organizados pelo partido, antecedem a primeira visita de Chen Yunlin, principal negociador chinês para assuntos ligados a Taiwan, em 3 de novembro e podem continuar durante o próximo mês para chamar a atenção dos políticos.

A China reivindica Taiwan desde 1949, quando os comunistas de Mao Zedong venceram a guerra civil chinesa e o partido KMT de Chiang Kai-shek voou para a ilha. Mas os dois lados têm mantido conversas históricas e estabeleceram um novo comércio e trânsito entre si desde que Ma assumiu a presidência, em maio, após décadas de hostilidades.

Depois de um primeiro sinal de ativistas acampados durante a noite do lado de fora do escritório presidencial, os manifestantes marcharam ao longo de cinco estradas com cartazes com palavras de ordem encorajando Ma e seu premier a recuar. Eles querem que o governo se afaste da China.

Um cartaz ilustrava o Partido Nacionalista de Ma e o Partido Comunista da China como sendo dois cachorros fazendo sexo.

"Nós não queremos que nosso governo venda Taiwan à China," disse o manifestante Wang Shu-chung, 42. "Esse evento irá pressionar a administração, mas a pele deles é bem grossa."

Ma irá manter a sua aproximação com a China, afirmou o porta-voz Tony Wang. "Fizemos de tudo para proteger a saúde do povo, e Ma disse que a República da China é um país soberano e independente", declarou Wang, usando o nome legal de Taiwan.

A partir de 3 de novembro, os dois lados devem discutir nova rotas de vôos e a segurança dos alimentos.

O escândalo do leite em pó contaminado na China, onde pelo menos quatro crianças morreram, incentivou Taiwan a parar com as importações de laticínios e fez com que o país retirasse tais produtos de suas prateleiras, assim como o resto do mundo.

O ex-presidente de Taiwan, Chen Shen Shui-bian, incitador cuja família está envolvida numa investigação de lavagem de dinheiro, se juntou aos manifestantes apesar de ter recebido uma bala por carta no início da semana e apesar da tensão no partido de oposição a respeito se deve devolvê-lo à presidência quando a investigação terminar.

"Não tenho medo", disse Chen aos repórteres antes da manifestação. "Não tenho medo do exército."

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