O ministro das Relações Exteriores do Reino Unido, William Hague, afirmou neste domingo (9) que o centro de inteligência britânico só faz monitoramentos legais de dados de internet e negou qualquer uso do serviço PRISM, do governo americano.
O PRISM foi revelado na última quinta, em reportagem do jornal britânico "Guardian". O sistema foi usado pela Agência Nacional de Segurança (NSA, em inglês) para obter ilegalmente dados de usuários de empresas de internet, como o Google, o Yahoo, a Microsoft e o Facebook, em todo o mundo.
Na sexta, a publicação disse que o Reino Unido estava usando parte dessas informações, em cooperação com a americana CIA (Agência Central de Inteligência, em inglês). O programa Prism teria permitido que a agência tivesse acesso a dados e vídeos de usuários de fora do Reino Unido, datadas desde junho de 2010.
Em entrevista à BBC, Hague disse que o Quartel-General de Comunicação do Governo Britânico (GCHQ) atua dentro da legalidade. "Os grampos e decodificações feitas pelo quartel estão sempre autorizados, são necessários, proporcionados e são direcionados a possíveis ameaças".
Ele negou qualquer transação com a ajuda dos Estados Unidos, em especial no programa PRISM. "A ideia de que os trabalhadores da agência estejam violando as leis britânicas com outra agência em outro país é uma ilusão, uma bobagem".
Hague ainda defendeu o trabalho de espionagem do governo britânico e disse que, se pudesse, revelaria as formas de atuação das agências.
"Se pudéssemos contar ao mundo ou ao país como atuamos neste aspecto, acho que as pessoas se sentiriam reconfortadas, pois entenderiam que os cidadãos que cumprem a lei não tem o que temer. Mas se fizéssemos isso, destruiríamos o objetivo desse trabalho".
Amanhã o chanceler britânico apresentará detalhes das operações desenvolvidas pelas agências de inteligência britânicas e apresentar a defesa contra as acusações de colaboração com monitoramento ilegal de dados de internet feito pelo governo americano em todo o mundo.
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