Desde que foi declarado Patrimônio Cultural da Humanidade, o centro histórico de Lima deixou de ser uma região perigosa e passou a ser o novo bairro da moda da capital peruana, com frequentes atividades e espetáculos ao ar livre.
Nesta semana, faz 20 anos que a Organização das Nações Unidas para a Educação, a Ciência e a Cultura (Unesco) declarou o centro histórico de Lima como Patrimônio Cultural da Humanidade, devido a seus mais de 400 monumentos, entre prédios públicos como o Palácio de governo e complexos religiosos, como o convento de San Francisco.
Ao transformar o bairro em patrimônio da humanidade, a Unesco busca chamar a atenção das autoridades locais de que esta é a única maneira de impedir o desaparecimento da área, explica o arquiteto José Rodríguez, gerente do escritório municipal encarregado da recuperação do centro (Prolima).
"Há 20 anos, Lima sofria um crescente processo de deterioração. Praticamente ninguém vinha ao centro, pois era perigoso nos anos 1980", disse Rodríguez em referência à violência daquela época. Segundo ele, os vendedores ambulantes ocupavam totalmente as ruas até os anos 1990, quando o então prefeito Alberto Andrade ganhou a batalha para despejá-los.
A restauração do centro histórico começou sob a gestão de Andrade (1996-2002), que foi reeleito duas vezes e se mudou com a família para um casarão próximo ao palácio municipal e ao palácio do governo.
Durante esse período, a prefeitura começou a recuperar praças e arredores de Barrios Altos uma área muito antiga que concentra grande parte dos 100 mil moradores do centro em casas miseráveis , contratou empresas de restauração e criou um regulamento para ordenar o centro histórico.
Na gestão do prefeito Luis Castañeda (2003-2010), as casas localizadas no Damero de Pizarro (complexo de ruas que rodeia o Palácio do Governo) foram recuperadas.
Atualmente, a prefeitura de Lima iniciou uma série de programas para promover a circulação de pedestres no centro, com cartazes e espetáculos nos fins de semana, ao mesmo tempo que empresas escolheram o centro para inaugurar lojas e restaurantes de luxo, além de shows gratuitos.