Jordan Bardella, o jovem líder do partido Reagrupamento Nacional (RN)| Foto: EFE/EPA/Teresa Suarez
Ouça este conteúdo

Jordan Bardella, candidato do partido de direita nacionalista Reagrupamento Nacional (RN) a primeiro-ministro da França, tentou nesta segunda-feira (1º) se aproximar da legenda de centro-direita Os Republicanos (LR), que, no entanto, recusou o convite para uma aliança e pediu a formação de "um governo provisório" que não inclua os vencedores do 1º turno.

CARREGANDO :)

Em entrevista ao canal de televisão TF1, o líder do LR, Xavier Bertrand, presidente da região de Hauts, um celeiro de votos para a direita francesa, disse que "há outras soluções para um governo do RN, por exemplo, um governo provisório para reconstruir o país do beco sem saída em que Macron o colocou".

Bertrand abordou dessa forma a formação de uma espécie de "governo de salvação nacional", como aconteceu na França após a Segunda Guerra Mundial.

Publicidade

Ele disse que no segundo turno das eleições legislativas, que será realizado no próximo domingo (7), o LR vai se opor tanto ao RN quanto ao partido A França Insubmissa (LFI), majoritário na aliança de esquerda Nova Frente Popular.

Também ao TF1, que entrevistou representantes dos quatro partidos ou blocos que decidirão o futuro político da França, Bardella declarou que buscará apoio do LR se "tiver dois ou três assentos a menos" que os 289 que dariam ao RN a maioria absoluta na Assembleia Nacional, o parlamento do país.

O candidato de direita nacionalista, de 28 anos, insistiu, no entanto, em pedir aos eleitores a maioria absoluta para seu partido, que assim poderia "consertar o país, restaurando a segurança, a ordem e o controle da migração".

O RN venceu o primeiro turno das eleições legislativas, no último domingo (30), com 33% dos votos, mas não garantiu a maioria parlamentar absoluta, e agora vê a possibilidade de uma aliança entre a Nova Frente Popular e a coalizão centrista de Macron, que ficaram em segundo e terceiro lugares, respectivamente.

Bardella considerou o apelo de Macron para "não dar um voto à extrema-direita" como "uma desonra" e afirmou que a frente de esquerda liderada por A França Insubmissa e o Partido Socialista (PS) "ainda pode vencer as eleições", uma hipótese descartada pelos próprios partidos de esquerda e centro.

Publicidade

"É uma escolha entre minha candidatura ou a de (o líder do LFI, Jean-Luc) Mélenchon", disse.

Já o atual primeiro-ministro francês, Gabriel Attal, disse ao TF1 que aposta em uma colaboração da centro-direita com a esquerda mais alternativa para trabalhar "projeto por projeto" em uma Assembleia Nacional de formação "plural".

"O risco hoje é que o RN tenha maioria absoluta, o que seria catastrófico para os franceses", alegou Attal, ressaltando que Bardella está pedindo maioria absoluta para ter "plenos poderes para implementar seus projetos".

Infográficos Gazeta do Povo[Clique para ampliar]