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O Partido Social Democrata (PSD), de centro-direita, obteve uma sólida vitória nas eleições parlamentares realizadas em Portugal no domingo, punindo assim o governo socialista por buscar uma ajuda internacional de 78 bilhões de euros que mergulhará o país num período de forte austeridade econômica.

O resultado deve pôr fim a meses de incerteza política que começou com o colapso do governo socialista, em março, e levou Portugal a se tornar o terceiro país da zona do euro a recorrer a um pacote de ajuda financeira, como já haviam feito Grécia e Irlanda.

Resultados parciais da apuração e pesquisas de boca-de-urna mostram o PSD com cerca de 39 por cento dos votos, os Socialistas com 28 por cento e o CDS com 12 por cento.

O líder social-democrata, Pedro Passos Coelho, deve agora formar uma coalizão majoritária com o CDS, pequeno partido de direita, e implementar medidas de austeridade pactuadas com a União Europeia e o Fundo Monetário Internacional (FMI), como exigência para a obtenção do pacote de resgate.

O resultado eleitoral mostrou que muitos portugueses culpam os socialistas, no poder há seis anos, pela crise econômica do país.

"É uma vitória que mostra um grande cartão vermelho para José Sócrates (o primeiro-ministro socialista), que deixou este país de joelhos", disse Júlio Peixoto, 43 anos, portando uma bandeira gigante do PSD diante da sede da campanha eleitoral do partido, em Lisboa.

Sócrates renunciou em março, depois que seu governo não conseguiu aprovar um pacote de medidas de austeridade, mas se manteve internamente no cargo. Ele se responsabilizou pela derrota e deixou a liderança do Partido Socialista.

Mudança

O secretário-geral do PSD, Miguel Relvas, disse que os portugueses votaram por mudança e pela "esperança" em Portugal.

"Nós estamos conscientes da responsabilidade que teremos nos próximos quarto anos", disse ele. "Mas acreditamos firmemente que a mudança é possível." Os social-democratas aprovaram o pacote de medidas de austeridade pactuado com a União Europeia e o FMI.

Um governo de centro-direita será bem recebido pelos investidores. Eles perderam a confiança nos ativos de Portugal nos últimos meses, o que rebaixou os títulos do país e elevou as taxas de juros dos empréstimos para patamares recordes na zona do euro.

"O resultado será visto como positivo pelos mercados e investidores", afirmou Filipe Garcia, diretor da consultoria Informação de Mercados Financeiros, no Porto. "Abre caminho para um governo estável que pode cumprir todo o mandato e isso é positivo."

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