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Big Techs

CEO do Twitter, Jack Dorsey, defende a decisão da empresa de banir Trump da plataforma

O CEO do Twitter, Jack Dorsey, fala remotamente na audiência de comitê do Senado americano com as grandes empresas de tecnologia, 28 de outubro (Foto: Greg Nash-Pool/ Getty Images/ AFP)

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O CEO do Twitter, Jack Dorsey, respondeu às críticas que a rede sofreu por suspender definitivamente a conta de Trump após o tumulto ocorrido no Capitólio.

"Eu não celebrei ou senti orgulho por ter banido @realDonaldTrump [a conta pessoal do presidente], ou por como chegamos até aqui", disse Dorsey em um longa sequência tuítes.

"Acredito que essa foi a decisão certa para o Twitter. Enfrentamos uma circunstância extraordinária e insustentável, que nos obrigou a focar todas as nossas ações na segurança pública. Os danos off-line resultantes da fala on-line são comprovadamente reais e é o que impulsiona nossa política e aplicação acima de tudo", continuou Dorsey.

O CEO também acredita que o banimento é uma falha "nossa em última análise de promover uma conversação saudável" e que "a responsabilidade sobre esse poder sempre foi o fato de que um serviço como o Twitter é uma pequena parte da grande conversa pública que acontece na Internet".

"Se as pessoas não concordarem com nossas regras e aplicação, elas podem simplesmente procurar outro serviço de Internet", disse ao justificar as políticas da empresa.

Contudo, apesar de não estar diretamente envolvido, o Twitter se beneficiou de uma decisão de outras gigantes da tecnologia (Apple, Google e Amazon) que retiraram um concorrente de seus serviços, o Parler, que vinha crescendo com o banimento de Trump de outras plataformas.

O presidente em fim de mandato não tinha conta nessa rede social, mas suspeitava-se que ele poderia abrir uma conta ali por ser uma rede popular entre personalidades da direita americana. Como resultado, o Parler não conseguiu se manter operante, saiu do ar e ainda não conseguiu retornar.

Ações como essa levantaram preocupações dentro e fora dos Estados Unidos sobre o real poder das Big Techs e de qual o seu papel no debate público. No início da semana o porta-voz da chanceler alemã Ângela Merkel, Steffen Seibert, informou que ela considera "problemático que as contas do presidente americano nas redes sociais tenham sido definitivamente encerradas" por decisão da direção de uma empresa.

Dorsey fez referência ao caso em sua longa postagem: "Este conceito [o de procurar outro serviço] foi desafiado na semana passada, quando vários fornecedores de ferramentas de Internet fundamentais também decidiram não hospedar o que consideraram perigoso. Não acredito que isso tenha sido coordenado. Mais provavelmente: as empresas tiraram suas próprias conclusões ou foram encorajadas pelas ações de outros."

O CEO diz que esse é um momento para refletir sobre as implicações de seu negócio: "Sim, todos nós precisamos examinar criticamente as inconsistências de nossa política e aplicação. Sim, precisamos ver como nosso serviço pode incentivar distração e danos. Sim, precisamos de mais transparência em nossas operações de moderação."

Dorsey anunciou ainda que está trabalhando por um "padrão decentralizado para as mídias sociais" chamado BlueSky, como forma de colaborar por uma "internet global livre e aberta".

Contudo, os últimos movimentos das maiores empresas de tecnologia do mundo fizeram com que usuários se preocupassem e procurassem plataformas alternativas. O Telegram, por exemplo, rede social concorrente do WhatsApp mas que permite listas de transmissão de modo semelhante ao Twiiter, ganhou 25 milhões de usuários nos últimos 3 dias.

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