Aproximadamente três mil assírios, um grupo étnico cristão, deixaram seus lares pelo ataque do grupo Estado Islâmico (EI) na província de Al Hasaka, na Síria, disse nesta quarta-feira (25) o porta-voz da Organização de Assistência da Igreja Assíria do Oriente, Joseph Haweil. Cerca de 600 famílias foram abrigadas na catedral de Santa Maria, na cidade de Al Hasaka, enquanto outras escaparam para a cidade de Qameshli, na mesma província.
Na manhã da segunda-feira, os extremistas entraram nas aldeias de Tal Shamiram e Tal Hurmuz, entre outras, e sequestraram dezenas de assírios. Não se sabe o número exato de reféns. O Observatório Sírio de Direitos Humanos diz que são 90, fontes assírias asseguram que chegam a 100 e Haweil acredita que até 150 pessoas podem ter sido sequestradas, entre as quais há mulheres e menores de idade.
Em Al Hasaka vive a maior parte dos assírios da Síria, uma minoria étnica, que também habita o Iraque e Turquia. Antes do início do conflito na Síria, em março de 2011, havia 200 mil assírios no país, mas agora só restam entre 15 e 20 mil, segundo dados fornecidos para a Agência Efe pelo presidente do Movimento Patriótico da Assíria, Ashur Girwargis. Seu idioma, o assírio, é uma mistura de acadio, uma antiga língua de Mesopotâmia, e aramaico, que também se usa na liturgia. Os assírios são cristãos e seguem as igrejas caldeia, siríaco-ortodoxa e a assíria do oriente.
O sequestro coincide com uma ofensiva das Unidades de Proteção do Povo -milícias curdo sírias- para tomar do EI regiões ricas em petróleo e gás de Al Hasaka. Os assírios vivem em cerca de trinta povoados na margem sul do rio Jabur, em Al Hasaka, enquanto os curdos habitam o lado norte.
