Centenas de corpos foram enterrados ontem em valas comuns na cidade de Daraya, no subúrbio de Damasco. Segundo o Observatório Sírio para os Direitos Humanos (OSDH), mais de 200 corpos foram encontrados na cidade somente ontem.
"As forças de Assad mataram a sangue frio", disse Abu Ahmad, 40 anos, um morador da cidade, ao jornal The New York Times. "Eu vi dezenas de mortos, todos assassinados. O regime acabou com famílias inteiras, pai, mãe e filhos. Eles só mataram, sem qualquer pretexto".
À sudoeste da capital da Síria e próxima do aeroporto militar Meze, Daraya era um dos pilares de apoio à oposição na região metropolitana de Damasco.
O governo de Bashar Assad iniciou uma ofensiva à cidade no início da semana porque rebeldes haviam estabelecido um grande arsenal dentro da cidade.
Tropas do governo cercaram Daraya e criaram postos de controle e impediram a entrada de alimentos e outros suprimentos, disseram moradores. A eletricidade, a internet e o serviço de telefone foram cortados.
No meio da semana, centenas de soldados sírios entraram na cidade, apoiados por tanques e caminhonetes com metralhadoras.
Soldados e milicianos do governo inicialmente enfrentaram forte resistência do Exército Livre da Síria (ESL, na sigla em inglês), mas retomaram o controle de Daraya na sexta.
"Daraya, uma cidade digna, pagou um preço muito alto por exigir a liberdade", disse o OSDH em comunicado. "O número de mortos dobrou nos últimos dias".
Ativistas postaram ontem um vídeo do que dizem ser um massacre na cidade. O vídeo mostra cinco corpos ensanguentados no que parece ser o porão de uma casa. Um homem é visto com um ferimento de bala na cabeça.