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Coloridas delegações indígenas tomaram neste sábado (22) a principal praça de La Paz para festejar, junto com o presidente Evo Morales, o primeiro ano do agora chamado Estado Plurinacional da Bolívia, em meio a dúvidas sobre a estabilidade política e econômica do país.

Um festival com oferendas à Mãe Terra abriu a comemoração antes que Morales apresente seu quinto relatório de gestão, o primeiro do segundo mandato, que acabou marcado por tropeços de última hora que, no geral, parecem ter diminuído a popularidade do governo.

"Há muitas coisas para festejar, este é um governo das maiorias e temos que aprender com os erros", disse Máxima Condori, comerciante informal, enquanto observava a comemoração na Praça Murillo.

O otimismo com o governo não coincide com os novos sinais de desgaste de Morales, cujo desempenho é seguido de perto por Brasil e Argentina, que se abastecem do gás natural boliviano, e pelos aliados esquerdistas de Venezuela e Cuba.

Uma pesquisa Ipsos Apoyo publicada neste sábado pelo jornal La Razón indica que a aprovação popular de Morales caiu para 36 por cento no começo de janeiro, taxa mais baixa dos cinco anos de governo.

A queda foi atribuída, em grande parte, a um reajuste fracassado dos preços de combustíveis há menos de um mês, que fez o governo entrar em atrito com sindicatos e outras entidades sociais.

Após cinco anos no poder e com grande maioria parlamentar desde o início do segundo mandato, em janeiro de 2010, Morales pode festejar o fato de quase ter acabado com os partidos tradicionais, de centro e direita.

Agora, Morales inicia o sexto ano de governo com pouca margem de movimento entre o discurso socialista e a urgência de dar incentivos a petroleiras e outras empresas para investimentos que podem ser vitais.

Obrigado a anular a alta dos combustíveis depois de apenas cinco dias, devido a intensos protestos populares, a escassez de alimentos e ao caos inflacionário, o presidente descobriu nos movimentos sociais, seu principal sustentáculo político, um grande obstáculo para a declarada intenção do governo de abrir o país a investimentos estrangeiros.

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