Soldados estão de prontidão junto ao Hotel Taj Mahal, em Mumbai, centro financeiro da Índia| Foto: Indranil Mukherjee/AFP

Blogueiros de Mumbai se mobilizam para noticiar ataque a hotéis

Blogueiros de todas as partes da cidade de Mumbai forneceram atualizações diretas da situação na cidade, após um grupo islâmico ter lançado uma onda de ataques no coração da cidade financeira da Índia. O fenômeno colocou em destaque a manifestação do jornalismo cidadão na cobertura de notícias.

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O chefe de espionagem do Paquistão aceitou colaborar com a Índia na investigação dos ataques desta semana em Mumbai, onde, nesta sexta-feira (28), após mais tiroteios e mortes, vai chegando ao final a ocupação de dois hotéis de luxo e um centro judaico.

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A Índia voltou a acusar "elementos" ligados ao Paquistão pelos ataques coordenados de quarta-feira no principal centro financeiro do país. Segundo a polícia, pelo menos 121 pessoas morreram desde então.

Numa escalada verbal que prenuncia uma piora nas relações entre os dois rivais nucleares, o chanceler da Índia, Pranab Mukherjee, exigiu que o Paquistão desmantele a suposta infra-estrutura de apoio a militantes.

Seu homólogo Shah Mehmood Qureshi reagiu pedindo que a Índia não use os ataques de Mumbai com fins políticos.

"Não politizem a questão. Trata-se de uma questão coletiva. Estamos enfrentando um inimigo comum, e devemos dar as mãos para derrotar o inimigo", disse ele a jornalistas durante visita à cidade indiana de Ajmer.

Mas, numa iniciativa que talvez reflita uma postura conciliadora do presidente paquistanês, Asif Ali Zardari, Islamabad aceitou enviar o chefe do ISI (serviço de inteligência militar) à Índia para compartilhar informações.

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O primeiro-ministro da Índia, Manmohan Singh, solicitou a visita do general Ahmed Shujaa Pasha quando recebeu um telefonema de solidariedade da liderança paquistanesa, segundo seu porta-voz, que confirmou a notícia divulgada inicialmente por canais de TV.

R.R. Patil, secretário do Interior do Estado indiano de Maharashtra, onde fica Mumbai, disse a jornalistas que um militante preso durante a ação é cidadão paquistanês. Os ataques foram reivindicados pelo quase desconhecido grupo islâmico indiano Mujahideen Decani.

Na sexta-feira, cerca de 36 horas depois do início do ataque, soldados recuperaram o controle do hotel Trident-Oberoi. O chefe de polícia da cidade, Hassan Ghafoor, disse que 24 corpos foram encontrados no interior.

Ainda há tiroteios contra militantes entrincheirados em outro hotel, o Taj Mahal, e num centro judaico onde há pelo menos seis reféns estrangeiros.

"O hotel Oberoi-Trident está agora sob nosso controle", disse o chefe da Guarda Nacional de Segurança, J.K. Dutt. "O Oberoi-Trident foi desocupado, e matamos dois terroristas."

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Após uma manhã de tiros e explosões, o comandante de um dos esquadrões envolvidos na operação do Taj Mahal disse que no total foram encontrados 50 corpos, sendo 12 a 15 num só quarto.

Os militares encontraram dinheiro, munição e uma carteira de identidade das ilhas Maurício, segundo informação passada em entrevista coletiva pelo comandante da operação, que tinha o rosto coberto por um lenço preto e óculos escuros.

Um outro oficial disse que pelo menos um militante continua dentro do Taj Mahal, com dois reféns. O general N. Thamburaj declarou a jornalistas, porém, que a operação deve ser concluída dentro de poucas horas.