Nairóbi - Terra do pai do presidente eleito dos Estados Unidos, o Quênia assistiu à posse de seu "neto ilustre com telões espalhados pelo país e uma rara confraternização em um país marcado pela violência nos últimos anos.
As comemorações têm ajudado a reunir quenianos de diferentes grupos étnicos que foram atingidos pela violência política no ano passado. Obama chegou a envolver-se na na negociação entre o líder da oposição do Quênia, Raila Odinga, derrotado na eleição, e o presidente queniano, Mwai Kibaki, reeleito no contestado pleito de 27 de dezembro de 2007. Os dois acabaram firmando um acordo de divisão do poder.
A eleição de um presidente negro nos Estados Unidos é um poderoso símbolo de unidade no continente africano, onde muitos países ainda estão divididos em grupos étnicos e as injustiças do colonialismo ainda estão na memória das velhas gerações.
Professores apresentam Obama como um modelo para seus alunos, anúncios de todo tipo de produto mostram seu rosto de celulares a cerveja e os estrangeiros que cantam canções sobre ele nos onipresentes bloqueios policiais nas estradas chegam a ser liberados sem precisar pagar propina.
Há planos para a construção de um museu na aldeia de sua família e agências de turismo já estão oferecendo pacotes com o tema Obama.
A avó queniana de Obama foi para a posse do novo presidente levando presentes que podem deixar a marca do país na decoração do Salão Oval, o escritório presidencial na Casa Branca.
Convidada para a posse, Sarah Obama, de 86 anos, é a terceira esposa do avô paterno de Obama, Hussein Onyango Obama e, apesar de não terem laços sanguíneos, ele se refere a ela com frequência. Ela continua vivendo uma casa modesta em Kogelo, a aldeia ancestral da família.
Em declarações publicadas pelo jornal Standard, Sarah Obama disse que também queria levar uma lança e um escudo tradicionais de sua tribo Luo, mas foi aconselhada a não fazê-lo por correr o risco de ser barrada no aeroporto.
"O dia que esperava finalmente chegou. Estou muito contente. Nesta ocasião, serei a embaixadora do Quênia e tentarei estar à altura dos acontecimentos, afirmou Sarah ainda no Quênia, que virou uma celebridade nacional em seu país desde que o neto foi eleito.
Repercussão
Destacando os desafios impostos pela crise econômica que enfrentará o presidente Barack Obama, os governos do Chile e da Argentina enviaram ontem mensagens desejando sucesso ao próximo líder americano.
Michelle Bachelet, presidente do Chile, mencionou, durante uma cerimônia no palácio presidencial La Moneda, a esperança que Obama desperta no mundo todo, "em um momento muito difícil da história dos Estados Unidos.
Os desejos do governo argentino foram expressos pelo seu chefe de Gabinete, Sergio Massa. "Tudo correr bem para Obama significa que o mundo começará a sair de uma crise fenomenal, declarou Massa.
O primeiro-ministro espanhol, José Luis Rodríguez Zapatero, afirmou que tem muita esperança e confiança no novo presidente americano.
O presidente francês, Nicolas Sarkozy, disse que "deseja que Obama comece a trabalhar para "mudar o mundo com ele.