Cidade do México Felipe Calderón tomou posse ontem como novo presidente do México na Câmara dos Deputados, numa cerimônia brevíssima de menos de cinco minutos e carregada de tensão, dadas as tentativas infrutíferas da esquerda de boicotá-la. Calderón cumpriu sua promessa de comparecer ao ato protocolar de posse no Palácio de San Lázaro, a sede do Legislativo, apesar de a Constituição mexicana estabelecer que o mandato presidencial tenha início no primeiro minuto de 1.º de dezembro.
Até o último momento, houve especulações sobre a possibilidade de o presidente eleito e o de saída, Vicente Fox, não realizarem a transferência de comando no Congresso. Sobretudo porque, no primeiro minuto desta sexta-feira, na residência presidencial de Los Pinos, Calderón assumiu o poder num inédito ato no qual um cadete militar recebeu a faixa presidencial das mãos de Fox e outro entregou ao novo líder uma bandeira nacional.
Segundo a Carta Magna do país, o presidente que sai entrega a faixa presidencial ao titular do Congresso e este deve entregá-la ou colocá-la no que assume o poder, o que finalmente ocorreu no Congresso.
Deputados governistas e opositores, que acusam Calderón de fraude eleitoral, ocuparam a tribuna da Câmara dos Deputados na terça-feira e não deixaram o lugar até a conclusão do ato solene de ontem. Como nos últimos dias, governistas e opositores trocaram acusações, gritos e socos.
Enquanto isso, o candidato derrotado nas urnas, Andrés Manuel López Obrador, realizava uma grande manifestação com seus partidários no Zócalo (praça principal) da capital, a poucos quarteirões do Congresso. López Obrador, que se auto-proclamou "presidente legítimo" lidera um movimento de resistência civil pacífica, com protestos nas ruas e ações reivindicativas de seus legisladores.
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