O diretor-geral do Centro Europeu de Pesquisa Nuclear (CERN), Rolf Heuer, qualificou nesta quarta-feira de avanço "histórico" a descoberta de uma nova partícula consistente com o Bosón de Higgs, chave para entender a formação do Universo, mas alertou que ainda resta muito trabalho a ser feito.
Isto representa um avanço fenomenal "em nossa compreensão da natureza", declarou Heuer.
"A descoberta de uma partícula consistente com o Bosón de Higgs abre o caminho para estudos mais detalhados, mas requer maiores estatísticas para esquadrinhar as propriedades da nova partícula. Além disso, é provável que jogue uma luz sobre outros mistérios do Universo", comentou.
O CERN apresentou nesta quarta-feira em uma conferência científica os resultados dos experimentos Atlas e CMS, que buscam há anos, de maneira paralela, mas independente, provas da existência da chamada "partícula de Deus".
Com esses resultados, é praticamente um fato que a partícula anunciada corresponde à descrita por Peter Higgs na década de 1960, sobre a qual repousa o modelo padrão da Física de Partículas.
"Temos de nos sentir orgulhosos e felizes", comentou Heuer, para em seguida destacar que "isso é um início" e que "há muito trabalho pela frente" para os experimentos CMS e Atlas durante os próximos meses.
Os responsáveis do CERN decidiram na terça-feira prolongar o funcionamento do Grande Colisor de Hádrons (LHC) durante mais três meses para recolher uma maior quantidade de dados e poder analisar as propriedades da nova partícula com mais detalhe e precisão.
O LHC deveria ser desligado no terceiro trimestre deste ano, mas agora seguirá pelo menos até o final de 2012 para tentar confirmar com toda certeza a descoberta do Bosón de Higgs.
Essa partícula permite resolver diversas incertezas científicas sobre a formação do universo e aumenta a compreensão sobre a formação da massa.