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O cessar-fogo de 60 dias entre Israel e o Hezbollah, resultado de um acordo alcançado na véspera com os EUA e a França como mediadores, entrou em vigor nesta quarta-feira (27), às 4h (horário local, 23h de terça-feira em Brasília), após uma advertência do Exército israelense de que está mantendo sua tropas destacadas no sul do Líbano.
O cessar-fogo seguiu-se ao anúncio feito na véspera pelo presidente dos EUA, Joe Biden, que indicou que entraria em vigor na hora marcada, e antecipou que “está concebido para ser uma cessação permanente das hostilidades”, segundo destacou em uma mensagem da Casa Branca.
Antes do anúncio de Biden, o primeiro-ministro israelense, Benjamin Netanyahu, já havia informado que o gabinete de segurança de Israel tinha aceitado a proposta de cessar-fogo concebida pelos EUA e reiterou que seu país manteria a “liberdade de ação” se o Hezbollah violasse o acordo e que tinha garantias de Washington a este respeito.
Poucas horas antes, as Forças de Defesa de Israel emitiram ordens de evacuação para dois edifícios localizados ao sul de Beirute, enquanto o Hezbollah afirmou ter atacado com drones a residência do chefe da Força Aérea israelense, o general de divisão Tomar Bar, em Tel Aviv.
Segundo o canal de televisão libanês Al-Mayadeen, o Exército israelense bombardeou um edifício no município de Ghobeiry, cerca de cinco quilômetros ao sul de Beirute, pouco antes do cessar-fogo.
Cerca de dez minutos depois do cessar-fogo entrar em vigor, o porta-voz em árabe do Exército israelense, Avichay Adraee, avisou em uma mensagem na sua conta na rede social X que “de acordo com as suas cláusulas, as Forças de Defesa (FDI) permanecerão mobilizadas nas suas posições no sul do Líbano”.
“É proibido aproximar-se das aldeias que as FDI solicitaram evacuar ou aproximar-se das suas tropas na região. Para sua segurança e a de seus familiares, evite deslocar-se pela região. Iremos informá-los quando for seguro retornar às suas casas”, acrescentou.
No entanto, segundo a emissora Al-Mayadeen, dezenas de veículos libaneses começaram a deslocar-se em direção ao sul do país após o início do cessar-fogo.
A troca de hostilidades dos últimos 14 meses entre as partes do conflito matou 78 pessoas no norte de Israel – 47 civis – e manteve cerca de 60 mil delas deslocadas de seus lares.
Os presidentes da França, Emmanuel Macron, e dos EUA, Joe Biden, propuseram-se como garantidores do cessar-fogo anunciado nesta terça-feira no Líbano e afirmaram que “irão fiscalizar para que seja implementado como um todo e aplicado”.
Após sua implementação, Washington buscará, juntamente com mediadores da Turquia, Egito e Catar, fechar um acordo entre Israel e o Hamas para pôr fim à guerra em Gaza, com a libertação dos reféns raptados pelo grupo terrorista e o encerramento dos ataques.
Conteúdo editado por: Isabella de Paula