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O especialista japonês Hirokatsu Watanabe escaneia a tumba de Tutankamon no Vale dos Faraós, em Luxor. | Mohamed Abd El Ghany/Reuters
O especialista japonês Hirokatsu Watanabe escaneia a tumba de Tutankamon no Vale dos Faraós, em Luxor.| Foto: Mohamed Abd El Ghany/Reuters

São grandes as chances de que a tumba do faraó egípcio Tutankamon tenha passagens para uma câmara secreta que pode ser o túmulo da rainha perdida Nefertiti, arqueologistas informaram neste sábado.

Existe um enorme interesse em Nefertiti, que morreu no século 14 AC e se imagina ser a madrasta de Tutankamon, e a confirmação do local da sua tumba seria a mais impressionante descoberta arqueológica no Egito neste século. Novas evidências retiradas do scanner de imagens serão enviadas para um time de especialistas no Japão para análise. Os resultados são esperados em um mês.

“Nós dissemos antes que existia uma chance de 60 por cento de que havia algo atrás das paredes. Agora, depois da leitura inicial dos scanners, estamos dizendo que a chance é de 90 por cento”, disse o ministro egípcio para antiguidades, Mamdouh al-Damaty, em uma conferência de imprensa no sábado (28). Ele informou ainda que se espera alcançar o outro lado das paredes em cerca de três meses.

A descoberta de Nefertiti, cuja face esculpida e beleza real foram imortalizadas em um busto de 3.300 anos exposto em um museu de Berlim, traria nova luz a um período da história egípcia que permanece um mistério. Também poderia trazer um novo fôlego à indústria do turismo no Egito, que tem sofrido reveses sem fim desde a revolta que derrubou Hosni Mubarak em 2011, mas ainda é uma fonte vital de recursos para a economia do país.

“Existe de fato um espaço vazio atrás das paredes, baseado no que diz o scanner, que é muito acurado”, disse o especialista japonês Hirokatsu Watanabe. O tamanho desse espaço ainda não é conhecido.

Escavações

O egiptologista Nicholas Reeves, que lidera a investigação, disse no mês passado acreditar que o mausoléu de Tutankamon era originariamente ocupado por Nefertiti e que ela teria se mantido sem ser perturbada atrás de uma parede divisória. Mas Reeves advertiu no sábado que mesmo uma pequeno corte na parede poderia danificar uma câmara interior que foi hermeticamente fechada por séculos.

“A chave é escavar devagar e com cuidado e registrar bem. Isso não é uma corrida. Toda a arqueologia é perturbação. Não podemos voltar e refazer, então temos que fazer bem da primeira vez”, afirmou. “Estou me sentindo com mais certeza hoje do que esperava estar”.

O faraó Tut, como é conhecido, morreu cerca de 1.323 AC. Sua tumba intacta, completa com sua famosa máscara de ouro, foi descoberta no Vale dos Faraós, em Luxor. Especialistas tentam há anos descobrir porque sua tumba era menor de que a de outros faraós e porque seu formato era mais parecido com das rainhas egípcias da época.

Os egiptologistas não tem certeza sobre onde Nefertiti morreu e onde foi enterrada. Acreditou-se por muito tempo que ela havia morrido durante o reinado de seu marido e teria sido enterrada em Amarna, onde seu busto foi encontrado em 1912,a cerca de 400 quilômetros de Luxor. Mais recentemente, a maioria dos especialistas, como Reeves, passaram a acreditar que ela teria sobrevivido a Akhenaten, que pode ter sido o pai de Tut, mas mudou de nome e pode ter governado o Egito por algum tempo. “Pesquisa nem sempre se traduz em realidade. Mas nos parece que estamos na direção certa e nossas investigações estão se encaminhando bem”, disse Reeves.

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