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A chanceler alemã Angela Merkel propôs nesta setxa-feira (30) em Davos, na Suíça, a criação de um conselho da Organização das Nações Unidas para questões econômicas, nos moldes do Conselho de Segurança criado após a Segunda Guerra Mundial. Acredito que após esta crise temos que desenhar as instituições necessárias, trabalhar juntos e cooperar em nível internacional. Não conheço nenhum outro órgão com tal legitimidade, afirmou, criticando a atuação das atuais instituições multilaterais.

Para tratar do tema, Merkel pretende convocar uma reunião com representantes do Fundo Monetário Internacional (FMI), do o Banco Mundial e da Organização Mundial do Comércio (OMC). Penso que a cooperação que existe há muitos anos, no âmbito destas instituições, ainda não é suficiente, disse a chanceler em sessão do Fórum Econômico Mundial. Precisamos de um sistema financeiro internacional integrado, com instituições próprias e responsabilidade compartilhada, defendeu.

Com relação a medidas imediatas de enfrentamento crise financeira internacional, a chanceler frisou a necessidade de recuperação da credibilidade no mercado. O que é essencial, neste momento, é restaurar a confiança. Houve uma perda massiva de confiança. A confiança é um dos pilares de uma economia dinâmica. Sem confiança as empresas não investirão, os bancos não concederão empréstimos e os consumidores não gastarão nenhum centavo em consumo. Sem confiança não vamos retomar o caminho do crescimento econômico, afirmou.

Merkel criticou a tendência ao protecionismo e ponderou que tal fase não deve se prolongar. Como exemplo, citou os subsídios concedidos pelos EUA indústria automobilística. Tais práticas inevitavelmente levarão a distorções no mercado, alertou.

Ela disse ser a favor da economia de livre mercado, mas defendeu a regulação das práticas financeiras de forma a evitar excessos e irresponsabilidades do mercado. A crise é resultado da especulação financeira, especialmente nos Estados Unidos, afirmou. Noutro momento do discurso, fez o alerta: A liberdade deve ser limitada, não podemos deixar as forças do mercado completamente desordenadas.

Como já havia feito nesta quinta (29), durante visita Berlim do premiê chinês, Wen Jiabao, Ângela Merkel reafirmou que o G8 grupo dos sete países mais industrializados do mundo mais a Rússia já não é suficiente para tratar dos problemas mundiais e defendeu a continuidade do diálogo no âmbito do G20 financeiro. O grupo, criado como instância de articulação entre presidentes de nacos centrais e ministros de economia das maiores economias desenvolvidas e em desenvolvimento, teve seu primeiro encontro de chefes de Estado em novembro passado, em Washington, e voltará a se reunir no dia 2 de abril em Londres.

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