Juan C. Blanco, chanceler da ditadura militar que vigorou no Uruguai entre 1973 e 1985, foi condenado a 20 anos de prisão pelo desaparecimento e homicídio de uma professora anarquista. O crime causou a ruptura das relações diplomáticas entre Uruguai e Venezuela em 1976, anunciou nesta quarta-feira (21) o juiz Juan Fernández Lecchini.
"Ele foi condenado em primeira instância pelo assassinato de Elena Quinteros em decisão tomada hoje [quarta-feira]", declarou o magistrado quando se preparava para revelar sua decisão à promotora Mirtha Guianze e aos advogados do réu.
Blanco está detido enquanto responde a acusações referentes a esta e a outras violações dos direitos humanos cometidas pela ditadura uruguaia, considerada uma das mais sangrentas da América Latina na época. O ex-chanceler uruguaio, atualmente com 78 anos de idade, é o primeiro civil detido por crimes cometidos por agentes do governo durante a ditadura em questão.
Bolsonaro e aliados criticam indiciamento pela PF; esquerda pede punição por “ataques à democracia”
Quem são os indiciados pela Polícia Federal por tentativa de golpe de Estado
Bolsonaro indiciado, a Operação Contragolpe e o debate da anistia; ouça o podcast
Seis problemas jurídicos da operação “Contragolpe”