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Os governos do Irã e do Paquistão deram um novo passo para acalmar a crise diplomática nesta segunda-feira (22) ao anunciar a visita a Islamabad do ministro das Relações Exteriores iraniano, Hossein Amir Abdollahian, no próximo dia 29 de janeiro, dias depois de uma troca de bombardeios ter deixado 12 mortos.
“A convite do ministro das Relações Exteriores (do Paquistão) Jalil Abbas Jilani, o ministro das Relações Exteriores da República Islâmica do Irã, Hossein Amir Abdollahian, fará uma visita ao Paquistão em 29 de janeiro de 2024”, informaram ambas as partes em um comunicado conjunto.
Após uma conversa por telefone entre Jilani e Abdollahian, os países decidiram também permitir o regresso dos respectivos embaixadores em Islamabad e Teerã a partir da próxima sexta-feira.
A conversa entre os chanceleres e o regresso dos embaixadores representa um passo para a normalização das relações entre o Paquistão e o Irã, que na semana passada viveram um dos momentos mais tensos dos últimos anos.
A crise começou na terça-feira da semana passada, quando Teerã alegou ter bombardeado instalações no Paquistão de um grupo sunita que descreve como terrorista, o Yeish al Adl.
O país persa garantiu que o ataque, ocorrido em uma zona localizada a quilômetros de áreas residenciais, foi precipitado por conta de uma “ameaça terrorista iminente” contra o povo iraniano.
Em resposta ao ataque, que o Paquistão afirma ter matado duas crianças, Islamabad chamou de volta seu embaixador em Teerã e pediu ao país vizinho que retirasse seu representante da capital paquistanesa.
Depois disso, o Exército paquistanês alegou ter atacado esconderijos de dois grupos separatistas paquistaneses no Irã: o Exército de Libertação do Baluchistão (BLA) e a Frente de Libertação Baluchi (BLF).
O Irã condenou o ataque, que disse ter matado dez pessoas, ao mesmo tempo em que defendeu relações “fraternas” e “amistosas” com o Paquistão, em uma tentativa de acalmar a tensa situação.
Antes da atual crise, Paquistão e Irã acusaram-se mutuamente no passado de não fazerem o suficiente para conter a atividade de grupos insurgentes que operam através da sua porosa fronteira.