O novo ministro das Relações Exteriores do Reino Unido, David Cameron, fez uma visita surpresa a Israel nesta quinta-feira (23), onde visitou o kibutz Beeri, uma das comunidades judaicas próximas à Faixa de Gaza que foi alvo de um massacre perpetrado por terroristas do grupo palestino Hamas durante os ataques contra o Estado judeu no dia 7 de outubro.
Acompanhado pelo chanceler israelense, Eli Cohen, Cameron vestiu um colete à prova de balas e percorreu as ruínas das casas queimadas e perfuradas por balas dos terroristas, onde mais de 100 pessoas foram mortas e muitas outras sequestradas pelo Hamas.
"Eu queria vir aqui para ver com meus próprios olhos a natureza horrível dos ataques", disse Cameron, que também assistiu a um vídeo dos ataques.
"Eu ouvi coisas que jamais vou esquecer", completou o chanceler inglês.
Cohen agradeceu ao ministro britânico por seu apoio a Israel e pelo “compromisso de continuar lutando” pela eliminação do Hamas e pela libertação de todos os reféns, segundo um comunicado da pasta.
"Os líderes mundiais precisam ver as atrocidades do Hamas com seus próprios olhos e entender que Israel está lutando contra uma organização terrorista pior do que o Estado Islâmico", disse Cohen.
Cameron chegou a Israel um dia antes do acordo de trégua entre Israel e o grupo terrorista Hamas entrar em vigor. O acordo prevê uma pausa de quatro dias no conflito e a libertação de 50 reféns mantidos pelos terroristas em Gaza em troca de prisioneiros palestinos que estão nas prisões israelenses, além da entrada de ajuda humanitária na Faixa de Gaza, alvo da ofensiva de Israel.
Cameron pediu que ambas as partes cumpram o acordo, que foi adiado desta quinta-feira para sexta-feira (24).
Segundo informações do jornal britânico The Telegraph, Cameron se reuniu com o primeiro-ministro israelense, Benjamin Netanyahu, e com o presidente do Estado judeu, Isaac Herzog, e expressou sua solidariedade com o povo de Israel, que sofreu "um enorme trauma". Ele lembrou os dias "mais difíceis" de seu mandato como primeiro-ministro do Reino Unido, quando reféns britânicos foram capturados na Síria e muitos deles perderam a vida de forma terrível.
"Eu me lembro do efeito que isso teve em mim como primeiro-ministro e penso nisso e talvez saiba um pouco do que sua nação está passando", disse ele ao presidente Herzog. Cameron também conversou com líderes de países árabes e islâmicos em Londres nesta quarta-feira (22) sobre o conflito no Oriente Médio e enfatizou a importância de "permitir que as organizações humanitárias tragam mais combustível para realizar tarefas que salvam vidas, como o fornecimento de eletricidade a hospitais ou usinas de dessalinização, que fornecem 80% da água potável de Gaza".