La Paz (AE) – David Choquehuanca, o novo chanceler (ministro das Relações Exteriores) boliviano, é um homem influente politicamente. Ex-dirigente da Confederação Sindical Única de Camponeses da Bolívia, Choquehuanca, 44 anos, conhece o presidente Evo Morales desde 1984, quando promoviam encontros de pequenos agricultores. O diplomata expõe suas visões sobre a integração hemisférica, a nova política para o gás e o cultivo da coca.

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O presidente Lula disse que quer ajudar a Bolívia. O que a Bolívia espera do Brasil?Pensamos que todos os países vão nos ajuda, contribuir com a integração, com a luta contra a pobreza. Vamos trabalhar desse modo. Vamos discutir o tema dos hidrocarburos (gás e petróleo), da Petrobrás. Defendemos a nacionalização.

Essa é uma palavra feia, que assusta, não?A propriedade dos recursos naturais tem de ser da nação de onde se originam. Talvez assuste a empresa privada. Pode ser palavra feia para as transacionais. Mas não para nós, que queremos ser os donos não só dos recursos hidrocarburíferos, mas de todos os recursos naturais. Não queremos que eles estejam em mãos de uns poucos, mas de toda a nação.

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Em termos práticos, não quer dizer confiscar as empresas estrangeiras?Não. Necessitamos de investimento estrangeiro. Mas não vamos aceitar que as transnacionais se aproveitem. Queremos estabelecer relações de igualdade, de respeito. Não temos os meios para explorar os recursos. Necessitamos da tecnologia que elas têm.

Então, os dois componentes dos novos contratos de exploração de gás são: 50% do lucro para cada um e transferência de tecnologia.Não sei se serão 50%, ou 40% para as transnacionais e 60% para nós, ou 30% e 70%. Ambos têm de ficar contentes. Quando digo que não se deve depender para sempre, estamos falando de transferência de tecnologia, que necessariamente constará dos novos contratos.