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Resposta a Biden

Chanceler russo cita Iraque, Líbia e Síria e diz que EUA não têm “consciência limpa”

Sergey Lavrov respondeu ao presidente americano, Joe Biden, que defendeu que Putin seja julgado por crimes de guerra devido ao massacre em Bucha (Foto: EFE/EPA/ALEXANDER ZEMLIANICHENKO)

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O ministro das Relações Exteriores da Rússia, Sergey Lavrov, citou nesta segunda-feira (4) as guerras no Iraque, na Líbia e na Síria após o presidente dos Estados Unidos, Joe Biden, ter defendido o julgamento do presidente russo, Vladimir Putin, por crimes de guerra cometidos na Ucrânia.

“Isso mostra que muitos políticos americanos que estavam nas origens da guerra no Iraque por razões bem conhecidas, que desintegraram a Líbia com seus parceiros da OTAN, que invadiram a Síria, esses políticos não estão totalmente com a consciência limpa”, disse Lavrov durante uma entrevista coletiva.

Lavrov afirmou que na ocasião anterior em que Biden chamou Putin de “criminoso de guerra”, seus assessores da Casa Branca tiveram que relativizar suas declarações mais tarde.

“Estamos interessados ​​mais do que tudo em como o povo russo vê essa situação e qualquer outra. Como eles entendem as missões que nossas forças armadas realizam. E ele (o povo russo) entende essas missões”, declarou o ministro, referindo-se ao fato que, de acordo com pesquisas, a maioria das mulheres russas apoia a “operação militar especial” da Rússia na Ucrânia.

Lavrov alegou também que os EUA querem por todos os meios manter sua hegemonia sobre “um mundo unipolar” em que “tudo é permitido” e os demais não têm o direito de garantir sua “própria segurança”.

O ministro russo justificou a intervenção na Ucrânia pela necessidade de “regular, até mesmo com métodos bastante duros”, uma situação “criada” pela relutância do Ocidente em conversar com a Rússia sobre garantias de segurança.

“Essa arrogância, que se espalha em todos os níveis, não trará nada de bom”, declarou, embora tenha argumentado que Moscou está disposta a ter um diálogo “honesto” com o Ocidente.

Biden disse nesta segunda-feira que Putin deveria ser julgado por crimes de guerra devido ao suposto massacre que teria sido cometido por tropas russas na cidade ucraniana de Bucha, perto de Kiev.

As autoridades ucranianas estimam em 340 o número de corpos já enterrados em Bucha, cidade que soldados russos abandonaram em 30 de março após cometerem execuções sumárias, segundo a Human Rights Watch.

O presidente da Ucrânia, Volodymyr Zelensky, que descreveu os soldados russos como “assassinos, carrascos e estupradores”, destacou a importância de “levar à Justiça internacional” este massacre, que chocou a comunidade internacional.

As imagens divulgadas incluem centenas de cadáveres nas ruas, alguns com as mãos amarradas nas costas, em execuções confirmadas por alguns moradores e testemunhas oculares.

Mais tarde, em um pronunciamento perante o Parlamento romeno, Zelensky alertou que o número de mortos em Bucha pode ser maior do que se acreditava em um primeiro momento.

Por sua parte, o Kremlin “rejeitou categoricamente todas as acusações” e exigiu que os líderes ocidentais não se apressassem em fazer “acusações gratuitas”, enquanto Lavrov descreveu as alegações como “fake news” e “montagem”.

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