O presidente venezuelano, Hugo Chávez, qualificou nesta quarta-feira de vergonhoso o fato de a Colômbia se negar a mostrar os detalhes de seu acordo militar com os EUA por não ter permissão da Casa Branca, em um novo capítulo da disputa entre as nações vizinhas.

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O líder socialista congelou as relações com a Colômbia como protesto pelo acordo, que permite uma presença maior de militares norte-americanos em bases colombianas, país que Chávez considera seu maior inimigo político.

"Mas que vergonha!", disse Chávez, se referindo ao tema durante um ato de inauguração do ano escolar.

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Durante uma reunião de ministros da Defesa e chanceleres da União de Nações Sul-americanas (Unasul) na terça-feira, a Colômbia se recusou a detalhar o plano militar por não ter autorização de Washington.

"O governo da Colômbia ficou novamente e totalmente alheio a tudo que é a União de Nações Sul-americanas", acrescentou o mandatário.

Chávez disse que seu governo não insistirá em pedir a Bogotá garantias sobre o uso de suas bases "porque se aqui há alguma garantia é que vão utilizar essas bases ianques contra nós, em primeiro lugar para fazer inteligência, contrainteligência e conspirar contra a Venezuela."

Além disso, conclamou os militares e a população a se preparar para a defesa da pátria. Há anos o governo incentiva o treinamento de milícias para combater em uma suposta guerra assimétrica contra "o império" norte-americano.

O acordo autorizaria os EUA a utilizar sete bases militares colombianas para operações antidrogas, e o governo do presidente Álvaro Uribe o defendeu como necessário para continuar combatendo o flagelo do narcotráfico e a guerrilha de esquerda.

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O ministro colombiano da Defesa, Gabriel Silva, disse nesta quarta-feira que seu país poderia estudar se retirar da Unasul alegando uma falta de sensibilidade dos países-membros sobre temas-chave como o armamentismo, o tráfico de armas, o narcotráfico e o crime organizado.