O presidente da Venezuela, Hugo Chávez, acusou nesta sexta-feira (5) os governos dos Estados Unidos e do Canadá de apoiar a oposição venezuelana em uma tentativa de desestabilizar seu governo. Segundo Chávez, os estudantes, que lideraram as manifestações de rua ocorridas nos últimos dias, planejam um golpe de Estado para derrubá-lo do poder. Pelo menos duas pessoas morreram e 11 ficaram feridas durante os protestos.
Os Estados Unidos são a favor do plano, que visa a gerar violência na Venezuela, com seus aliados, incluindo o governo de extrema-direita do Canadá e outros governos do continente, afirmou Chávez, segundo a Agência Bolivariana de Notícias (ABN).
Em um discurso, transmitido pelas redes de televisão, Chávez acusou os líderes estudantis, que comandaram as manifestações, de ligação com setores da direita venezuelana, cujo objetivo se concentraria em causar violência e criar instabilidade. Para ele existe intenção de organizar um golpe de Estado.
Ao mencionar a concentração organizada ontem (4) pelos estudantes (4), que foi dispersada pela polícia com o uso de bombas de gás lacrimogênio e pressão, Chávez chamou o episódio de contra-revolução. De acordo com o presidente, houve policiais feridos. Os verdadeiros estudantes estão realmente estudando em sala de aula ou protestando, mas de forma pacífica, disse ele.
Os protestos, em várias cidades da Venezuela, ocorreram depois de o governo ter determinado a suspensão do sinal de seis canais de televisão. Houve conflitos entre manifestantes e policiais. O estopim para a onda de manifestações foi a suspensão do sinal da emissora independente RCTV, apontada como uma das mais populares do país.
As autoridades venezuelanas afirmam que essas emissoras não cumpriram as regras para a transmissão de sua programação. Os diretores dos canais de TV negam a acusação. No caso da RCTV o motivo alegado para suspensão das transmissões foi que a emissora não teria reproduzido na íntegra um discurso do presidente da República.