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Presidente venezuelano comemora o resultado do referendo na sacada do Palácio Miraflores | Juan Barreto/AFP
Presidente venezuelano comemora o resultado do referendo na sacada do Palácio Miraflores| Foto: Juan Barreto/AFP

Habituada a classificar sua história com números ordinais - "4ª, 5ª República" -, a Venezuela amanheceu ontem sob um novo título: tem início o "3º ciclo da revolução bolivariana", informou o presidente Hugo Chávez, em seu discurso da vitória do referendo que estabelece a reeleição ilimitada.

Chávez organiza a história recente em ciclos de dez anos. O próximo já pressupõe sua quarta eleição em 2012 (ele se elegeu em 1998, em 2000 e em 2006).

"Com esta vitória, começa o terceiro ciclo histórico da revolução bolivariana, de 2009 a 2019", anunciou o presidente.

"Abrimos as portas do futuro para continuar transitando o caminho da dignidade do povo, e esse caminho se chama socialismo."

Em discursos anteriores, Chávez tinha se referido aos ciclos prévios. O primeiro começa em 1989 com o Caracazo, a revolta popular contra o levantamento de subsídios pelo presidente Carlos Andrés Pérez, e termina com a posse de Chávez para o primeiro mandato, em 1999.

Com sua chegada ao poder pelo voto, começa o segundo ciclo, em vigor atualmente. Em seu pronunciamento, Chávez explicou que a eleição ilimitada institui a "pátria eterna", com base no socialismo. Segundo ele, a "revolução" foi iniciada com a declaração da independência da Venezuela, em 1811, por Simón Bolívar, e deve ser continuada 200 anos depois.

A reeleição ilimitada inaugura uma nova "doutrina constitucional", teorizou ele, pois coloca nas mãos do povo a decisão sobre quem deve exercer o poder. Todas considerações foram pontuadas por gritos dos milhares de partidários que se reuniram na frente do Palácio Miraflores, de onde Chávez discursou após o anúncio de sua vitória.

O "sim" venceu por 54 8% a 45,1% dos votos válidos . O comparecimento, de 70%, foi alto para os padrões do país. Chávez - que venceu em 19 dos 24 Estados - já havia tentado introduzir a reeleição ilimitada, com outras reformas constitucionais, em referendo de dezembro de 2007, quando o "não" venceu por 51% a 49%.

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