Caracas (EFE) O presidente da Venezuela, Hugo Chávez, disse ontem no seu programa dominical "Alô, presidente!" que adotará "uma série de medidas" para proteger seu país "da invasão de produtos dos Estados Unidos" através da Colômbia e do Peru, que assinaram Tratados de Livre-Comércio com Washington.
A assinatura dos tratados levou a Venezuela a se retirar da Comunidade Andina das Nações (CAN), formada pelos três países mais Bolívia e Equador. A Venezuela deixa "automaticamente" de pertencer à CAN, depois de ter anunciado oficialmente sua retirada no sábado, como "uma conseqüência de uma situação concreta", segundo Chávez.
Segundo o líder venezuelano, os tratados são expressões bilaterais do projeto global dos EUA de impor a Área de Livre Comércio das Américas (Alca). Chávez afirmou que a Alca é uma tentativa de "transformar todos os povos e países da América Latina e do Caribe em colônias dos EUA". Bogotá e Lima assinaram os tratados "de maneira soberana", razão pela qual Chávez não os criticou diretamente, mas afirmou que, com o acordo, "acabaram com a CAN".
"Convidamos a Colômbia e o Peru a se juntarem à Alternativa Bolivariana (Alba) para os povos de nossa América; esse é nosso convite, para destruir a maldição do capitalismo, para destruir esses fundamentos malditos do neoliberalismo, da concorrência de uns contra outros, da falta de solidariedade".
O governante venezuelano afirmou que os países "deveriam negociar com os grandes do mundo, não só com os EUA, mas também com a Europa, só depois que estiverem integrados". Também disse que sabia que seria acusado de destruir a integração regional ao decidir retirar a Venezuela da CAN, mas afirmou que tomou esta decisão porque a Venezuela "não teria vida se continuasse na CAN" após a assinatura dos tratados comerciais.