O presidente da Venezuela, Hugo Chávez, anunciou nesta segunda-feira (25) que vai apresentar no próximo mês o seu projeto de reforma constitucional, que inclui a reeleição por tempo indefinido, mudanças na estrutura militar e a instauração do socialismo.
"Estamos estudando a proposta de termos um primeiro-ministro eleito pela Assembléia Nacional (Parlamento), assim poderemos ter um presidente reeleito, se for o caso, e o primeiro-ministro, como acontece em um regime parlamentar, mas misto", antecipou o presidente ao ser questionado sobre a possibilidade de reeleição por tempo ilimitado, em entrevista ao diretor do jornal "Ultimas Noticias", Eleazar Díaz Rangel.
O projeto de reforma da atual Constituição Bolivariana aprovada em 1999 será apresentado em julho pela Assembléia Nacional, controlada pelo partido governista desde que a oposição boicotou as legislativas de 2005, e será executado se o povo venezuelano aprová-lo em referendo.
Este projeto determina o estabelecimento do socialismo com base na promoção da economia social e comunal por parte do Estado e a inclusão do Poder Comunal como um dos poderes do Estado, disse o presidente na entrevista de estréia de um programa do novo canal Teves.
Chávez se queixou de que a atual Constituição Bolivariana prevê que o Estado deva incentivar a iniciativa privada, mas nada fala sobre a economia social e muito menos sobre o socialismo.
A reforma de Chávez buscará, além disso, estabelecer um novo Poder Popular ao lado da Força Armada na defesa da soberania nacional, concedendo à reserva militar "um sentido mais estratégico" mediante sua profissionalização e a criação de unidades conjuntas, combinadas por todas as armas.
Chávez acha que a instituição militar deva fazer parte de um projeto nacional para a defesa da Constituição e da soberania.
Oo programa da Tevs substituiu o canal privado RCTV, retirado do ar ao final do contrato de licença.
Além disso, Chávez disse que não consegue dialogar com a oposição porque não encontra os membros dos partidos que são contra sua política.
Segundo ele, há um "deserto" de lideranças e responsabilidades na oposição, mas a proposta da oposição deve ser debatida nas ruas do país.
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