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O presidente da Venezuela, Hugo Chávez, rompeu nesta quinta-feira as relações diplomáticas com a vizinha Colômbia, após Bogotá apresentar supostas provas de que guerrilheiros colombianos estariam escondidos no território venezuelano.

O líder da Venezuela se disse vítima de uma "agressão" inspirada pelos Estados Unidos, e anunciou "alerta máximo" na fronteira.

"Não temos outra escolha senão, por dignidade, romper totalmente as nossas relações com a nação irmã da Colômbia", disse Chávez ao vivo pela televisão, ao receber uma visita do ídolo argentino Diego Maradona.

O chanceler venezuelano, Nicolás Maduro, disse que determinou o fechamento da embaixada da Venezuela em Bogotá e deu um prazo de 72 horas para a missão diplomática da Colômbia deixar seu país.

As relações bilaterais já eram tensas nos últimos anos. Chávez anunciou o rompimento dos laços depois de a Colômbia apresentar à Organização dos Estados Americanos (OEA), em Washington, fotos e mapas que disse indicarem a presença de 1.500 rebeldes colombianos em uma série de acampamentos nas selvas e savanas venezuelanas.

Chávez qualificou de "enlouquecido" o presidente da Colômbia, Álvaro Uribe, que deixa o cargo em 7 de agosto, e disse que os Estados Unidos o incitaram a atacar a Venezuela. Acrescentou, no entanto, que espera a normalização das relações após a posse do novo presidente colombiano, Juan Manuel Santos.

Relações hostis

No ano passado, Chávez já havia suspendido o comércio com a Colômbia em protesto a um acordo militar entre Bogotá e Washington, que ele viu como uma ameaça à sua soberania.

Na reunião extraordinária do Conselho Permanente da OEA, o embaixador da Colômbia, Luis Alfonso Hoyos, acusou o governo Chávez de tolerar a presença de rebeldes responsáveis por homicídios, sequestros e narcotráfico em ambos os lados da fronteira.

"O continente não pode permitir que este pesadelo se espalhe", disse ele, exigindo que a Venezuela autorize a entrada de uma comissão internacional e de jornalistas para inspecionar os 87 locais onde os rebeldes estariam escondidos.

O embaixador da Venezuela, Roy Chaderton, disse que "não há evidência, não há prova. Essas são fotos tiradas sei lá onde", afirmou.

Denúncia de acampamentos rebeldes

A Colômbia já havia anunciado que levaria provas à OEA, e Chávez tem qualificado as acusações de "patéticas", acusando Uribe de tentar piorar as relações antes da posse de seu sucessor.

Hoyos mostrou uma série de fotos e vídeos em que supostos líderes e integrantes das Forças Armadas Revolucionárias da Colômbia (Farc) aparecem relaxados, assando porcos e tocando música num acampamento que ele disse ser no território venezuelano.

"Os fatos nas últimas semanas mostram que riscos reais estão se materializando devido à presença consolidada, ativa e crescente desses grupos terroristas na Venezuela", afirmou o diplomata.

De acordo com ele, Caracas "tolera a presença desses grupos, não toma medidas contra eles." Acrescentou que os rebeldes chegavam a estar acompanhados de membros da Guarda Nacional da Venezuela.

Ainda segundo Hoyos, em junho e julho rebeldes das Farc realizaram novos ataques a partir do lado venezuelano. Ele mostrou fotos de supostas vítimas civis e militares das ações.

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