O presidente da Venezuela, Hugo Chávez, apresenta "plenas condições intelectuais" após ser operado em Cuba para retirar um câncer, informou neste sábado (15) o ministro da Ciência, Jorge Arreaza.
Chávez "está na plenitude de suas condições intelectuais", disse Arreaza de Havana em contato telefônico com representantes venezuelanos na reunião dos países da ALBA em Caracas, assistida pelo vice-presidente Nicolás Maduro.
A saúde de Chávez segue um "processo de estabilização progressivo" e "vai melhorando", acrescentou Arreaza, que também é casado com Rosa Virginia Chávez, a filha mais velha do presidente, que acompanha o pós-operatório em Havana.
"Nos últimos dias fomos testemunhas dos progressos favoráveis na saúde do nosso comandante Hugo Chávez", destacou Arreaza, que admitiu que os familiares do presidente viveram "momentos de tensão" entre terça e quarta-feira.
"Este pós-operatório tem se caracterizado como um processo contínuo, progressivo e paulatino de estabilização de sua condição geral".
Segundo Arreaza, Chávez lhe pediu para enviar uma mensagem aos venezuelanos sobre as eleições para governadores deste domingo, que estão "pendentes".
Na sexta-feira, o ministro da Comunicação, Ernesto Villegas, informou que Chávez "cumpre satisfatoriamente com o protocolo pós-operatório após a complexa intervenção cirúrgica" para retirar um câncer " e já se comunica com seus familiares mais próximos".
Chávez, 58 anos, foi operado na terça-feira passada em um hospital de Havana, pela quarta vez, de um câncer cuja localização jamais foi revelada, e enfrenta um pós-operatório que o governo define como "complexo".
Reeleito no mês de outubro para mais um mandato, Chávez deveria assumir a presidência no próximo dia 10 de janeiro.
O vice-presidente do Partido Socialista Unido da Venezuela (PSUV), Diosdado Cabello, afirmou no sábado que a eventualidade de Chávez não retornar ao país até 10 de janeiro "depende" dos médicos, mas explicou que "não é a preocupação agora" do partido.
Antes de partir para Havana, Chávez designou o vice-presidente da Venezuela, Nicolás Maduro, seu herdeiro político para o caso de permanecer "inabilitado", uma decisão inédita que aumentou os temores sobre a gravidade de seu estado de saúde, pois em nenhuma das ausências anteriores ele insinuara a possibilidade de um sucessor.
O governo pediu na quarta-feira aos venezuelanos que estejam preparados para a eventualidade de Chávez não poder assumir a presidência em 10 de janeiro, o que agravou a preocupação dos simpatizantes do chefe de Estado.
Ao mesmo tempo, o ministro Villegas destacou que Chávez acompanha as eleições regionais, que acontecem neste domingo na Venezuela, e convocou os eleitores a comparecer às urnas.