O presidente da Venezuela, Hugo Chávez, chegou nesta segunda-feira (10) a Havana, em Cuba, onde se submeterá a uma nova cirurgia contra um câncer. Durante o dia, o mandatário ainda receberá a visita do equatoriano Rafael Correa.
A viagem foi realizada após nova autorização da Assembleia Nacional para que o mandatário se ausente do país por mais de cinco dias, concedida ontem. Na véspera, ele qualificou como "imprescindível" a nova intervenção cirúrgica.
Chávez foi recebido pelo ditador cubano, Raúl Castro, e o ministro de Relações Exteriores do regime comunista, Bruno Rodríguez, no Aeroporto Internacional José Martí, em Havana. A previsão é que ele fique por um número indeterminado de dias na cidade para tratamento.
Hoje, Chávez receberá a visita do presidente do Equador, Rafael Correa, que comunicou a viagem em uma mensagem no Twitter. "Indo a Havana para visitar o presidente Chávez. Toda a Pátria Grande [América Latina] está com ele."A Presidência do país informou que a comitiva será composta também pelo chanceler Ricardo Patiño e pelo secretário de Comunicação, Fernando Alvarado. Chávez e Correa são amigos e aliados políticos no chamado projeto bolivariano.
Operação
Anteontem, Chávez anunciou que deveria fazer a nova cirurgia, após novas células cancerosas serem detectadas em novos exames, realizados na semana passada antes.O regresso a Caracas ocorreu a contragosto dos médicos, que queriam fazer a cirurgia imediatamente. Porém, Chávez argumentou que precisava fazer um novo pedido aos parlamentares para sair do país.
Chávez afirmou ter feito "esforço adicional" para voltar ao país. Disse sentir "dores de alguma importância", que está tomando calmantes e que são "inegáveis" os riscos da nova intervenção.Esta é a quarta cirurgia pela qual o presidente passa desde junho de 2011, quando descobriu o tumor. No início deste ano, ele ficou em tratamento em Cuba, onde também foi submetido a sessões de radioterapia e quimioterapia.
Sucessor
Os rumores da piora do estado de saúde de Chávez aumentaram após ele anunciar que o ex-chanceler e atual vice-presidente, Nicolás Maduro, seria seu candidato em uma eleição presidencial da qual ele não pudesse participar. Foi a primeira vez em 14 anos em que Chávez apontou um sucessor."Ele é um completo revolucionário, um homem de grande experiência, apesar da juventude, com uma grande dedicação e capacidade para trabalhar. Em um cenário em que sejamos obrigados a fazer uma nova eleição presidencial, vocês devem escolher Nicolás Maduro."
O temor é que, após a cirurgia, o presidente morra ou fique impossibilitado de dirigir o país, o que faria com que Maduro completasse o atual mandato, que termina no próximo dia 10 de janeiro.Se o eventual afastamento de Chávez ocorrer após o início do novo mandato, quem assume o país é o presidente da Assembleia Nacional, Diosdado Cabello, que será o responsável por convocar novas eleições nos 30 dias subsequentes.
Maduro, 50, é um ex-motorista de ônibus e líder sindicalista. Um dos aliados mais próximos do presidente, ele é muito popular entre os venezuelanos.
Bolsonaro e mais 36 indiciados por suposto golpe de Estado: quais são os próximos passos do caso
Bolsonaro e aliados criticam indiciamento pela PF; esquerda pede punição por “ataques à democracia”
A gestão pública, um pouco menos engessada
Projeto petista para criminalizar “fake news” é similar à Lei de Imprensa da ditadura