O presidente da Venezuela, Hugo Chávez, ameaçou nesta segunda-feira (17) nacionalizar ou fechar as escolas privadas que se recusarem a se submeter às exigências de seu governo e não implementarem o novo currículo e os novos livros didáticos.
A mudança deve ser adotada oficialmente pelo governo até o final deste ano. "A sociedade não pode permitir que o setor privado faça o que quiser", disse Chavez.
Ele afirmou que todas as escolas, publicas e privadas, devem admitir inspetores estatais e se submeter ao novo sistema educacional do governo. Caso contrário, "deverão ser fechadas ou nacionalizadas" para que o Estado fique responsável pela educação das crianças.
Um novo currículo ficará pronto no final do ano escolar e novos livros didáticos estão sendo preparados para ajudar na educação dos "novos cidadãos", disse Adan Chávez, irmão do presidente e ministro da Educação, durante a inauguração de uma escola pública em El Tigre.
O conteúdo do novo currículo e o modo como será aplicado ainda não foi divulgado. Os opositores do governo acusam Chávez de doutrinar os jovens cidadãos com ideologias socialistas.
Antecipando as críticas, Chávez disse que o papel do Estado na regulamentação da educação é internacionalmente aceito e que não seria possível para um administrador de escola insistir em autonomia em países como Alemanha ou Estados Unidos.
Chávez também apontou que o sistema educacional da Venezuela carregava sua própria ideologia. O exemplo dado pelo presidente é de que livros didáticos da década de 1970 se referiam à Venezuela como tendo sido "descoberta" pelos europeus.
"Eles nos ensinaram a admirar Cristóvão Colombo e Superman", afirmou o preseidente, que completou seu discurso dizendo que a educação baseada na ideologia capitalista destruiu "os valores das crianças".
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