Vídeo| Foto: RPC TV

Buenos Aires – O presidente da Venezuela, Hugo Chávez, teve pela primeira vez na Argentina uma limitação de seu campo de ação. Sem poder fazer comícios, sem tempo para seus prolongados discursos e com sinais evidentes de que sua influência política começa a reduzir-se no país, ele foi menos generoso com o governo do presidente Néstor Kirchner. Em vez de confirmar a compra de US$ 1 bilhão em títulos da dívida pública argentina – que costuma chamar, brincando, de "Bônus Kirchner" – os integrantes de sua comitiva informaram que a Venezuela comprará metade do previsto.

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O governo Kirchner terá de pagar 10,6% em juros a Chávez por esses bônus. As lideranças da oposição e os principais colunistas econômicos do país criticaram a taxa, considerada elevada. No entanto, irritado, Chávez negou que tenha imposto a taxa: "A Venezuela não impõe os juros. A imprensa que afirma isso é lacaia do imperialismo."

"Queria ter tido mais tempo na Argentina", lamentou Chávez, durante sua visita à sede do Instituto Nacional de Tecnologia Industrial (Inti), onde assinou uma série de acordos de cooperação. Esta foi sua mais breve visita a Buenos Aires, durou menos de 24 horas. Segundo ele, o "império americano" está "fazendo o possível para que a gente não se una. Os Estados Unidos não gostam do Kirchner e não gostam do Chávez".

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A partida de Chávez de Buenos Aires estava marcada para 15h30, mas o líder venezuelano prolongou sua estadia até o início da noite por causa de uma longa coletiva na qual criticou os EUA e fez uma defesa da integração latino-americana.

Segundo Chávez, a Argentina está se liberando do Conde Drácula (apelido que aplica aos EUA) e está rompendo as cadeias que prendiam o país ao Fundo Monetário Internacional (FMI). "Nós estamos ajudando a Argentina com esforço. A Venezuela não é um país rico. Mas compartilhamos a esperança e a fé."

Para Chávez, os EUA são vampiros que há um século "sugam os recursos energéticos do mundo". Ele profetizou o colapso da economia americana para daqui a poucos anos, já que, segundo ele os americanos estão ficando sem reservas de gás.